À revelia?

O problema não sou eu, nem é você e nem são eles.

O problema está na mala.

O que sugere uma mala?

Viagens, passeios inesquecíveis, giro pelo mundo.

Giro? Capital de giro intencional, internacional.

O problema é que a mala virou prova cabal.

Prova que há dinheiro sim, só não sabíamos com quem andava esta grana toda.

Agora já estamos cientes.

- Que isso, gente? Por que tanta indignação?

Você não viaja porque não quer. Mas o seu dinheiro, o meu dinheiro, o nosso dinheiro, nasceu aventureiro. Adora conhecer outros Estados, outros Países.

Infelizmente saem das nossas vistas, espremidos, escondidos, camuflados.

Viajam sem nem um adeus. Mas para que adeus? A saúde está ótima, a educação, um primor. O social é quase um exemplo de dignidade.

- Não acha que anda reclamando demais?

Pensa comigo. Neste nosso País, pródigo em geração de empregos, em empresas lucrativas, em instituições financeiras que nunca visam lucros, justamente para proporcionar aos clientes, ascensão, qual será o boom do século?

Fábricas de malas. De norte a sul, fábrica de malas. Compradores surgirão, não desacreditem disso. Virão de toda parte, principalmente do sistema estruturado, combinado, baião-de-dois. Nosso poder público. Ma – ra – vi – lha ! Ops! Eu disse baião-de-dois? Forró de muitos. O nosso Brasil samba, rodopia e nunca cansa. Haja solado para acompanhar o ritmo alucinante! E haja mala!

Malas pretas, cinzas, laranjas... Laranja? Ih... errei de novo. Laranja há muito deixou de ser cor, de ser fruto, de ser sabor. Laranja agora pode ser aquele funcionário fantasma, aquele ser analfabeto... pode ser muita coisa, afinal o caldo é farto e a sede pelo suco é muita.

Victor Hugo, disse:

“Uma sociedade de carneiros acaba por gerar um governo de lobos.”

Trocando em miúdos, digo eu:

Atente para “o mala” que transporta uma mala. Ele não pode fazer do país uma sala de recreação e subestimar a população. Até quando seremos carneiros? O nosso suor, salgado, sofrido, está lá, empacotado, alimentando os safados que nós, confiantemente, elegemos.

Basta! É hora de esvaziar as malas. E expulsar os malas!