COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO “A FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO” DE JIDDU KRISHNAMURTI

Tão cegos são os homens, que chegam a gloriar-se da própria cegueira!" (S. Agostinho)

O texto do indiano Jiddu Krishnamurti acerca da educação é muito interessante, chegando a ser desconcertante, pois, faz pensar, nos faz sair da zona de conforto das regras e dogmas estabelecidos como verdades absolutas (não que eu pessoalmente não creia em determinados dogmas...), vendo a educação como algo mais amplo, não apenas aquilo que somos obrigados a apreender e aprender na escola para “ser alguém na vida”... Entretanto, creio que o autor, imputa à escola – como transmissora da educação -- uma responsabilidade que não é somente sua... A educação vai além da escola, é possível ser educado sem nunca ter ocupado a carteira/cadeira de uma escola ou universidade – embora nosso mundo sistemático, diplomático, não o reconheça em termos documentais (diplomas, certificados, etc).

A educação se aprende com a vida, com os pais, com o dia-a-dia, com os exemplos corretos (ou menos errôneos)... A educação em sentido amplo é a forma real de se portar como ser humano consciente do sentido de sua vida e missão nesta paróquia (lugar de passagem).

A “solução” apresentada por Krishnamurti para a mudança da sociedade, para uma verdadeira educação da sociedade, -- que já está no caos – seria uma atitude de revolução total, buscando a essência da verdade... Em certo sentido, concordo com o pensamento do autor, pois tal atitude de revolução que nos traz a verdade já existe, infelizmente, não podemos vislumbrá-la – ainda -- em sua fase gloriosa e perfeita, pois a única forma em que podemos experimentá-la no momento é em sua fase “militante”, (embora podemos nos esforçar para sermos cada dia seres melhores) e portanto, sujeita a erros inúmeros por parte dos seus partícipes, a ponto de desacreditar a muitos, e relegá-la a apenas mais uma religião ou sistema filosófico humano... Estou falando do verdadeiro Cristianismo, onde o homem pode realmente incorporando os ensinos do Verbo encarnado (Lc 6,47) , tornar-se verdadeiro homem, e não um ser deturpado como estes que infestam o planeta Terra como vermes sem destino.

O sentido da vida é evoluir, a ponto de nos unirmos finalmente ao Criador, onde em fim, a educação será perfeita, a verdade será experienciada... Isso é a essência do cristianismo... (At 17,28)

É importante notar, que mesmo Krishnamurti, que terminantemente tenta se desvincular do estigma de guru, não é livre, (pelo menos não era enquanto era vivo), pois como ser humano incrustado neste mundo, também teve seus pensamentos e sua educação influenciadas seja pela filosofia Teosófica em sua formação inicial, seja por tudo o que ele passou em sua vida no dia-a-dia...

Finalizando, ratifico que a verdade é CRISTO, o VERBO de DEUS que se fez carne (Jo 1,14) , para nos ensinar o caminho de DEUS. E com suas incontáveis imperfeições, erros, deturpações humanas, a SUA IGREJA (Mt 16,18) tenta manter viva no mundo Suas palavras, Seus ensinos, Seu caminho. Termino citando um grande santo e pensador do século IV, que pôde experimentar muita coisa em sua vida, até ancorar-se na Verdade, Agostinho de Hipona: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”.

Atenciosamente,

Leandro Martins de Jesus

15.11.2011

"Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto religiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos" Atos 17,.22-28.

Leandro Martins de Jesus
Enviado por Leandro Martins de Jesus em 15/11/2011
Reeditado em 16/11/2011
Código do texto: T3338187
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