Mundo Átrio
Um suspiro...
Teto de gesso com detalhes mitológicos, paredes branco-neve e ásperas, chão vermelho em quadrados perfeitos e um insólito descanso revolvido por um clarão de entendimento. É aqui. Quem por mim transita não entende o que de vão ou puro me abrasa, suscitando opiniões contrárias tão somente a si.
Derrepente!
Escuridão. Paulatinos flashes insistem bravios por entre o velho gesso. Pronto, estou de pé! Pela janela é visível a transcendental mudança metafísica, raios incandescentes transformam-se em sombras frias e imarcescíveis. Fato. Será um dia bem regado.
São daqueles dias em que o nada valeria o insodável e o tudo já não teria tanto valor. Pode-se ouvir breves rajadas de inspiração, tão sutís que qualquer brisa as impeliria para o desconhecido.
Navios negreiros rumam pelas paredes da sala, visam algo desbravar, talvez seja a cozinha. Por esta, corpos melancólicos se arrastam em algum tipo de busca insaciável. A direita há uma porta, prefiro vê-la como a salvação, pois posterior a seus domínios há um mundo.
Não sei se as dimensões deste são maiores do que as do meu ou do que se projeta nele. Porém, posso afirmar: Estarei preparado para descobrir isto após um breve suspiro.