Equipe pedagógica e escola: a desconstrução

Está em nossa essência a necessidade de aprender. Por isso nossa visão não deve ser limitada sobre o ato de educar nem transmitir o conhecimento atrofiadamente. São evidentes nossas dificuldades de verbalizar o conteúdo escolar. É a falta de praticidade, correspondência à realidade social. A bibliografia sobre Educação valoriza o cotidiano escolar, clareza idéias , concientização e aprimoração na aprendizagem. A escola apresenta tenebroso quadro cultural, processo degradante , ridículo e surreal. O enredo literário dista dos reais fatos.

Impressiona a contradição filosofia da educação e administração escolar, antagonismo teoria-pratica pedagógica. Principia-se pela batalha inútil da titulação. Bachareis discriminando tecnólogos, estes recusam licenciados. Não há melhores e piores, mas funções insubstituíveis , uns produtores, gestores, outros transmissores do conhecimento. Também a disputa Ciências humanas - Ciências naturais. Para uns o homem é o sujeito ativo que transforma a vida, para os outros, os números é que são o sujeito. Ambos ignoram a dinâmica e mútua influencia. Transformamos e somos transformados simultaneamente. As coisas se interligam, lógica, natural e em constante mudança. A educação incluiu-se nesse processo.

Essa primordial batalha no ambiente escolar é atribuição de cada integrante do convívio escolar, embora até aqui, agentes e gestores tenham se deixado dominar pelo temor de romper com paradigmas e dogmas entralaçados nos trabalhos. Incompreensível que o administrador escolar, líder educacional, deixe de influenciar pedagogicamente à sua escola e caia prisioneira na burocracia desviando da essência educacional. Os coordenadores pedagógicos devem cumprir sua função com propriedade, clara consciência das atribuições sem passividade e apatia diante dos desafios educacionais. A Didática é imprescindível ao educador porque vislumbra a criatividade, problematização conceitual, constribuindo para práticas pedagógicas flexíveis, agradáveis e dinâmicas.

O aluno, igualmente, é agente significativo. Deve compreender o seu potencial de produzir idéias, edificar um aprendizado contínuo, perseguindo sua própria autonomia intelectual. Equivocadamente relegamos nesse vital processo educativo, os servidores gerais de uma escola. Como contextualizá-los? Suas atribuições estão além da mera manutenção física ou burocrática do ambiente, pois também educam, transmitem cultura e aprendizado.

Não é agora que se tem questionamentos escola e a educação. Incontáveis reflexões foram elaboradas no século e ainda estamos impotentes para revolucionar o meio pedagógico, transformá-lo num sistema eficiente, produtivo, coerente, dinâmico, justo e digno. O próprio sistema se permite corromper pela burocracia, conformismo existencial, acomodação ao arcaico modo de raciocinar, pois ao invés de senhores da tecnologia nos tornamos reflexo, seus marionetes. Assumamos nossa tarefa como agentes e gestores conscientes da educação, capazes de mudar circunstâncias, não como robôs que não utilizam o lubricanta da consciência que da vida molar à revolução pedagógica .

Reconstruamos, nas esferas da educação, uma sociedade não apenas com acúmulo de informações e aprendizado, mas uma geração educadora correspondente aos tempos de progresso, na lista dos quase desenvolvidos. A educação transforma o mundo, mas o homem quando se educa, no mundo algo renasce a cada instante, diria Paulo Freire e Álvaro Vieira Pinto.

Mário André Machado - marioandre2011@hotmail.com