Biólogo: uma vida cheia de aventuras

A maioria das pessoas quando se referem ao biólogo tratam-no como se fosse um profissional bastante diferente dos demais. Muitos acreditam que a vida do biólogo é cheia de aventuras e repleta de emoções, sem atividades rotineiras, cansativas e estressantes.

Em geral, as pessoas acreditam que todo biólogo passa grande parte de sua vida em viagens a lugares inóspitos e desconhecidos. E não é raro ouvirmos de amigos e colegas que eles gostariam de “estar na pele” de um biólogo para visitar desertos, picos de montanhas e cavernas.

Pare um minuto e lembre um pouco!!! Quem nunca disse ou nunca ouviu um comentário de alguém que gostaria de estudar leões, elefantes e girafas nas savanas africanas, ou nadar com golfinhos e tubarões nos mares do Caribe, ou coletar orquídeas raras no interior da floresta amazônica, ou observar pingüins, baleias e focas na Antártida???

Todos nós sabemos que comentários assim são muito freqüentes e refletem desejos e sonhos que temos de conhecer lugares diferentes e vivenciar situações inusitadas. Muitas dessas aspirações são formadas e reforçadas quando assistimos documentários e programas de exploradores da natureza, como os do francês Jacques Cousteau (1910-1997), do australiano Steve Irwin (1962-2006), ou do brasileiro Richard Rasmussen, da TV Record.

Não há nenhuma dúvida que o biólogo é o principal profissional que estuda a vida, independente de onde ela esteja, desde os ambientes naturais (cavernas, rios, lagos, matas, pântanos etc.), ou em cativeiro (zoológicos, criadouros comerciais, centros de triagem, herbários etc.), ou ainda no laboratório. Mas, deve estar claro para todos que a profissão de biólogo não se limita somente às aventuras, aos imprevistos e às experiências legais.

O biólogo (assim como outros profissionais) precisa passar horas de sua vida em atividades consideradas desestimulantes e rotineiras, tais como: (1) organizando a coleta de dados em planilhas e relatórios; (2) fazendo cálculos e análises laboratoriais; (3) levantando bibliografia; (4) participando de reuniões e encontros; (5) preenchendo formulários para solicitação de apoio institucional; (6) prestando contas de verbas e de patrimônio; (7) preparando trabalhos para serem apresentados em eventos científicos, como por exemplo, seminários, jornadas e congressos; e (8) publicando artigos científicos.

Nossa sociedade está cada vez mais aglomerada nos grandes centros urbanos, o que, consequentemente, acaba gerando um enorme número de profissionais presos aos ambientes internos de prédios e edifícios de concreto, onde os procedimentos de rotina são padronizados e exaustivamente repetidos. Nesses locais, em geral, não há espaço para pensamentos criativos e inovações, o que, portanto, acaba fazendo com que as pessoas sintam-se chateadas por estarem ali.

É certo que o trabalho de campo facilita o processo de ensino-aprendizagem e promove, em muitas situações, uma maior satisfação pessoal, pois esse tipo de atividade se opõe aos modelos convencionais do ambientes burocratizados das empresas e companhias. Mas, não há dúvida também que, independente da profissão que temos ou do local que trabalhamos, cada um de nós deve manter acessa a chama do espírito criativo, buscando sempre adquirir novos conhecimentos e viver novas experiências profissionais e pessoais. Isso, com certeza, é um passo importante para quem quer ter uma vida cheia de satisfação, conquistas e realizações.

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Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 234, p. 21, de 26/10/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.

Publicado na Revista VivoVerde, edição n. 01, p. 09, de Setembro/2010. Palmas - Estado do Tocantins. Disponível em: http://vivoverde.com.br/revista/

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 22/01/2007
Reeditado em 08/12/2013
Código do texto: T355334
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