BACTÉRIAS ASSASSINAS

Aimee Copeland, 24 anos, é estudante americana.

No primeiro de maio, foi aproveitar o feriado para se divertir na pequena cidade em que mora, Tallapoosa, tradicional pelas suas atividades aquáticas.

Aimee escolheu a tirolesa. Quando iniciava o trajeto, a corda à qual se prendia rompeu-se e ela caiu na água.

Coisa trivial, o acidente fez um corte na sua panturilha esquerda. Levada ao hospital, recebeu 22 pontos.

Três dias depois, a garota foi internada com febre e dores na perna machucada.

Exames de praxe indicaram que contraiu uma infecção grave e rara, fasciite necrosante, causada por bactéria que vive na água, Aeromonas hydrophila, e invadiu seu corpo pelo ferimento.

Cinco em cada 10 pacientes acometidos pela bactéria morrem em 48 horas.

As Aemonas são chamadas de comedoras de carne, já que se alimentam da gordura subcutânea, liberando a toxina A, composto capaz de provocar a morte instantânea das células atingidas.

As células mortas, por sua vez, eliminam outras substâncias tóxicas que, caindo na corrente sanguínea, agravam a infecção.

No dia em que foi internada, a jovem americana teve a perna esquerda amputada.

Até a semana passada já havia perdido o pé direito, as duas mãos e parte do abdômen.

O mais incrível é que a bactéria acaba sendo protegida pelos tecidos mortos ao seu redor, impedindo que os medicamentos façam efeito, diante da falta de circulação sanguínea.

O fato foi relatado na Veja dessa semana.

Não dá pra deixar de lamentar o trágico desfecho do que seria mera diversão para Aimee.

E, também, deixar de refletir sobre o que está por trás disso.

Temos um mundo maravilhoso, inundado de belezas e riquezas mil, acobertando em locais supostamente isentos estas armadilhas vorazes.

Qual a causa que sentenciou a bela jovem americana a passar o restante dos seus dias com tantas partes corpo retiradas de forma tão brutal?

Se tudo faz parte de um conjunto único, se existe algo regendo essa orquestra que conhecemos por vida, quais critérios são aplicados em uns e que são tão diferentes de outros?

Talvez um dia tenhamos a oportunidade de entender algumas cenas que ilustram o nosso cotidiano de forma tão abrupta e bizarra, provando que, de fato, não temos controle de nada e que estamos inteiramente à mercê do desconhecido, que poderá gerar a luz da vida ou decepá-la com a lâmina afiada da sua voracidade sem limite, sem trégua, sem perdão.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 03/06/2012
Reeditado em 28/12/2020
Código do texto: T3703777
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