O novelo do Gato

....tudo tão falso – uma verdade fingida. E o espaço, a distância entre o real e o imaginário eu desconheço...e isso me assusta às vezes, noutras, bloqueio a razão e a fantasia torna-a branda. Uma dor que vai e vem. Apenas nos intervalos há transe - e esta me embriaga, é minha amiga. Só queria intervalos; ou encher o tempo, meu ser pensante. Fechar as janelas e portas; vedar, lacrar toda e qualquer fresta. Se possível, e na minha imaginação é, colocar avisos de proibido a aproximação deste ou daquele, exceto quando eu queira – e talvez eu queira quase sempre.

Se pudesse viver sem cérebro, coração e sentimentos; sem uma lágrima, se bem que isto já não tenho mesmo, me agradaria. Me manteria alimentado com energia enquanto necessário, e quando não mais, seria desmanchado, quem sabe parte seria reaproveitada, ou não, e outra ocuparia meu lugar físico sem sentimentalismos baratos.

Se isso fosse possível, iria preferir brincar, não participaria da guerra.

O segredo, talvez, seja viver sem tanta seriedade... sei lá.

Enfim, em paz o alvoroço – se me permite o contra senso.