Liberdade?

" A esperança dança na corda bamba de sombrinha". Esta frase faz parte uma das músicas mais importantes da história do nosso país. Composta pelos grandes músicos, João Bosco e adir Blanc, O Bêbado e a Equilibrista (1979), expressou, principalmente na voz de Elis Regina, a garra do povo brasileiro. Embalou o período da ditadura brasileira, com expressões de liberdade e anistia.

Passados 31 anos, a música ainda continua conhecida. Mas pensamos quais valores ela questiona hoje. Se nós conquistamos nossa liberdade de andar na rua, expressar nossas opiniões contra o governo, contra tudo o que quisermos. Pensamos, será que esta música questiona alguma coisa hoje? O quê?

Dar liberdade mas não dar ouvidos crio que não era a intenção de toda uma geração que lutou por ela. Como exigir rebeldia e mudança dos jovens se hoje podemos falar, mas não somos ouvidos. Que liberdade conquistada é essa?

E os versos "Mas sei que uma dor assim pulgente não há de ser inutilmente", fica a ver navios. Em uma geração que fala, mas não é ouvida é melhor do que não poder falar. A política não oprime, mas também não dá ouvidos.

E como não nos ouvem, não falamos mais. Há uma acomodação na nação. Todo mundo enxerga as falcatruas políticas, os "debaixo do pano", o dinheiro em cuecas. Discutir? Até que discutimos, nos bancos das praças, nas varandas. Mas só falamos.

Uma liberdade que não alcança um fim não é liberdade. Pois então, vamos continuar a canção, "A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar".

Carolina Felício
Enviado por Carolina Felício em 13/08/2012
Código do texto: T3829101
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.