Outra vez
Sigo seus contornos com lábios umedecidos
Enrosco-me, esfrego-me, mordo-te, contorce-te
O mundo para, a respiração aumenta, não há nada lá fora
Nem pensar, nem piscar, nem falar, sons abstratos indefinidos
Suor, cheiro, sabor, pernas trêmulas, músculos tensos
Pessoas que se degustam, que se adoram, que se tocam
Súbito, porções de mim em você escorrem suavemente
Lençóis marcados, beijos molhados, corpos exaustos
Horas depois, de novo à vontade, tudo outra vez
Charles Silva