prefacio do livro:reflexões em forma de oração

Prefácio

O livro tem citações históricas e algumas reflexões sobre temas atuais como agrotóxicos.

Há citações do envolvimento do ser e a harmonização com seu inconsciente. A família, a infância, os condicionamentos, e o dia a dia da cidade, das mudanças de valores etc.

Há também reflexões sobre o tempo e a transitoriedade das coisas vivas, a espiritualidade.

O autor quer dizer que somos personagens de nós mesmos. Ele diz que escreveu para se libertar do conteúdo incrustado no seu inconsciente, e espera que o leitor entenda que cada um de nós, com a nossa personalidade somos a soma de todos os comportamentos do individuo, ou seja, um conjunto de referencias interna.

A finalidade de todos os acontecimentos é trazer a nossa consciência aquilo que nos é inconsciente. Se lidarmos com isso de acordo com nossas referencias internas tudo será harmônico. Se criarmos ilusão, criarmos uma mentira, por mais que queiramos, não podemos executar esta ordem, satisfazer este desejo, estabelecemos um ego doente. Um conflito entre o exterior (uma necessidade da moda) e o que são as possibilidades.

Há milhões de coisas acontecendo simultaneamente e a maioria vai para o inconsciente. Esses fatos que estão gravados do passado e não resolvidos têm de ser encarados à luz de uma forma mais madura, como um arquivo de memória. Os arquivos precisam ser trazidos para o consciente e modificados, o que quer dizer compreendidos. Perdoados.

A mente guarda tudo: Coisas boas e ruins; frustrações, fatos. Viver no passado traz sérios problemas para a harmonização do ser.

“Mas a mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa coluna de sal”. (Genesis 1926)

E os limites são criados por nós e daí com toda a formação educacional nos transformaram em um golem. O inconsciente nos domina e controla. O que está em nossa mente é reciclável. Podemos sim, trazer por várias maneiras inclusive com a prática meditativa o que está no inconsciente para o consciente e trabalhar harmonicamente as raivas, os maus presságios e dar um destino de conforto para o nosso eu. Evitando as doenças.

Após um trauma com muito sofrimento tudo fica registrado como aconteceu. Esse registro se não trabalhado, ele fica dentro de nossos arquivos da mente, eternamente, e se tiver muita emoção ele ficará ativo dentro de nossas memórias e de forma inconsciente, consumindo energias.

Quando nos tornamos conscientes, temos oportunidades de mudanças, de transformação.

“esqueçam o que se foi; não vivam no passado”. (Isaias 43:18)

Você quando estiver lendo este livrinho, vai notar que há citações históricas que o autor diz que precisa dizer para energizar-se de certos percalços: quando trabalhava na sala de aula. Algumas vezes, não era compreendido porque trabalhava HISTÓRIA com seriedade e há escola que tem como objetivos; visando apenas o vestibular e daí não forma pessoas conscientes.

Como ele Irineu trabalhava as aulas de HISTÓRIA:

A História tradicional e a “outra HISTÓRIA”

História é o que sucedeu, e o que continua a suceder-se pelo tempo afora. É também o registro estratificado em que assentam nossos pés, os solos abaixo de nós, e quanto mais fundos descem as raízes de nosso ser por entre as camadas que estão abaixo, e além dos confins carnais de nosso eu e que, contudo, ao mesmo tempo o nutrem e condicionam.

A História tradicional (a que cuida do relato de nomes, datas, vida de corte, casamento de monarcas, etc.) não responde às necessidades reais do homem que no momento atual busca a compreensão do mundo em que vive.

Esse tipo de História, se contentado com o relato superficial dos fatos, deixa de lado o estudo dos fatores econômicos e sociais e não leva em conta a influência fundamental desses fatores sobre a vida política. É peso morto que esmaga os homens e lhes tira a força de agir; é espesso manto que oculta os problemas que de fato são seus.

Mas há outra história que não é apenas o desfilar de uma lista de monarcas e princesas, que não fala só de armas e de cavalgadas.

Há outra história que nos diz como tem vivido os homens através dos tempos, como trabalharam para conseguirem comida, a casa e a roupa. Através dela podemos ver como se formou a sociedade de hoje e aparecer-nos-ão banhados a uma luz mais clara os problemas do mundo atual.

Seguimos nela o desenvolvimento da ciência e da arte, o esforço tenaz dos homens para dominar a natureza e a essa luta do homem e do meio natural acrescenta-se o modo como os homens se organizam para realizar e dividir as tarefas e seus resultados entre si.

Estudando História adquirimos uma consciência nova, mais forte da nossa ação, quando associada à ação dos outros. Dessa forma, vendo como tudo nasce, cresce e morre e como as coisas não permanecem inalteradas, vendo que o que existe não apareceu já feito e de uma só vez, milagrosamente, mas que se alcançou pelo trabalho, durante muitos e muitos séculos, como produto da própria atividade humana na sua relação com o meio natural.

Além disso, os atos mais triviais pressupõem quase sempre toda história da humanidade.

O saber a data de hoje e ver as horas para não chegar atrasado ao serviço, esses pequeninos fatos que nos parecem tão simples foram conquistados pouco a pouco numa luta formidável que durou milhares de anos e que representam a evolução intelectual da humanidade.

Existe, portanto, uma história viva, que não é o estudo do passado para reviver o passado, mas o estudo do presente iluminado pelo passado. É essa utilidade da história: ser um meio para perceber as nossas inquietações e dificuldades atuais, para servir à construção de uma sociedade verdadeiramente humana.

A história é uma ciência social, seu objetivo é o conhecimento do processo de transformação da sociedade ao longo do tempo. Da sociedade, não dos indivíduos; o fato isolado, o caso único, o episódio que não se repete não interessa à história.

A base da vida em sociedade é a produção: para viver é preciso produzir, para produzir é preciso trabalhar. Os homens trabalham juntos, vivem juntos, constituem a sociedade.

Para conhecermos a história de um povo, devemos primeiramente, fazer o levantamento de suas condições materiais de vida. Ou seja, temos de verificar como esse povo produzia os objetos e alimentos que consumiam e, também, se os vendia ou trocava. Descobrir quem eram os produtores (se eram escravos, servos ou operários), quais os instrumentos usados na produção (ferramentas simples ou maquinas sofisticadas), quem eram os donos dos meios de produção, ou seja, se os próprios trabalhadores ou não e, finalmente como eram divididos a produção. E só a seguir tentar compreender a vida política, as manifestações artísticas, religiosas, as leis etc., surgidas em função da organização da vida material.

Para entender o processo histórico brasileiro é preciso entender desde o antes da chegada dos colonizadores europeus na América para entender o depois.

Evidente que na busca pela compreensão histórica; estes objetivos já foram estudados pensados e repensados por muitos entendidos e desentendidos e sabemos; todos aqueles que usam um pouco da imaginação e da compreensão que a verdade é: em todos os tempos históricos e em todos os continentes; o fator determinante do tudo. É o PODER ECONÔMICO.

Todas as guerras, invasões, ditaduras, energias atômicas, petróleos, devastação da natureza, agrotóxicos, milhões de mortes, criação de vírus em laboratórios para a vida e para a morte, trafico de drogas, lavagem de dinheiro, etc., por mais absurdas que possam parecer é o poder econômico que as determinam são fatores de sobrevivência do sistema em que estão inseridos.