QUANTO VALE UM SONHO?

Ao se pretender falar de alguma coisa para o filósofo Platão se faz necessário, antes de começar a falar, estar de acordo sobre a sua significação. Por tanto:

Sonho – Dentre às inúmeras conotações constam: desejo veemente e aspiração dominante

O sentimento de que um sonho pode se tornar realidade parece misturar-se ao sangue e juntos promovem a vida, em outras palavras direciona os passos do sonhador. Em sendo assim, os acontecimentos, ou a cadeia de fatos funcionam como implementos para a realização do que se deseja - "O sucesso é a razão suprema de todas as ações, quaisquer que sejam elas”. (Honoré de Balzac)

Mas, quanto vale um sonho?

As cifras variam, e, obviamente, são dependentes do padrão econômico do sonhador. Entretanto há sonhos que vão além das cifras, há os que não lhes prescinde, de forma direta. Não Obstante, somam-se a esses os que exigem renuncias e mudanças extremas; os que promovem verdadeiras reviravoltas, inclua-se, aí as mudanças mais profundas.

Neste ínterim não dar para desvincular sonho = veemência = paixão ou aspiração dominante de sucesso, entenda-se aqui como prestigio, e ambição. Esse conjunto de palavras ou idéias indubitavelmente levará a questões mais contundentes – Moral e Ética.

Embora exista um estreito nexo entre moral e ética é relevante distingui-los:

A Moral – baseia-se em regras, assim como o Direito, visando uma previsibilidade para as ações humanas, tais regras são assumidas pelas pessoas, independe de fronteiras geográficas, garantindo uma identidade entres essas pessoas, que sequer se conhecem, mas utilizam o mesmo referencial moral comum garantindo assim o bom convívio.

A Ética – é o estudo geral do que é bom ou mau. Diferenciando-se da moral pelo não estabelecimento de regras. Tendo a busca de justificativas para as regras propostas pela moral e o direito com um dos seus objetivos e como característica a reflexão sobre a ação humana.

O desejo veemente de atingir os objetivos, sonhos, dependentes do poder econômico que se tem disponibilidade para os implementos, e, ou de radicais transições. Mescle-se tudo isso no vasilhame humano em momento oportuno surgiram às tendências preponderantes como alavancas eficazes às materializações dos sonhos, esses, tanto para Platão e os filósofos cristãos são tomados como uma das características de seres mortais e imperfeitos – Daí o questionamento moderno salientando que, o desejo, não objetiva, tão somente, o bem ou o racional. Em oposição ao pensamento filosófico tradicional.

Para Thomas Hobbes - conatus, é a força genética do comportamento. É um impulso original ou "começo interno" do movimento animal para se aproximar do que lhe causa satisfação ou para fugir do que lhe desagrada. Esse conatus impulsiona o homem a vencer sempre. A vida começa com o conatus positivo, o desejo. Em termos de vida social, ultrapassar o outro é fonte primordial de satisfação. Sendo da sua natureza o egoísmo, constituído por "um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder que só termina com a morte". O conatus provoca "guerra de todos contra todos", é o estado natural em que vivem os homens, antes de seu ingresso no estado social. Sendo o homem governado por suas paixões sente-es no direito, dele, conquistar o que lhe aprover.

Ainda em Hobbes encontra-se o Instinto de conservação. Governado o homem pelo conatus, também o instinto de conservação o leva ao desejo, neste caso o desejo da paz. No nível das relações morais, é preciso que cada um - segundo Hobbes - "não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a si"; é preciso evitar a ingratidão, os insultos, o orgulho, enfim, tudo o que prejudique a concórdia.

A priori e em reflexionando-se sobre as partes afins com o tema, o sonho deve baliza-se entre, os pontos convergentes, da moralidade e da ética. Em obediência à lei natural de sobrevivência. Visto que a veemência com que se conduzir o homem em si e, em outros despertará a vaidade e a cupidez, respectivamente. Não havendo, pois a proporcionalidade entre caráter e desejo, a corrupção levará a deterioração individual, dessa a devassidão coletiva e, ou a caos humanitário. Porquanto o homem não pode ser essencialmente pervertido, ou sobreerguer os desejos sem a preocupação com as conseqüências que deles poderão advir, tendo sido criado por Deus...