O IMPÉRIO PROSSEGUE MOSTRANDO AS GARRAS.

“Dane-se o mundo, nós faremos de qualquer jeito porque nos interessa.”

Certo assessor da Casa Branca

Um sujeito com juízo crítico, além de informado, óbvio, sabe que a política externa americana dos últimos tempos não é brincadeira, ou seja, contém um grau de agressividade jamais visto. Nome da verborréia justificadora: “unilateralismo”.

Segundo santíssima doutrina, aquilo que for de interesse dos EUA, não importa a opinião pública mundial, há de ser buscado, mesmo que através de violências. De modo que liderar pela capacidade de convencimento é apenas mero detalhe.

Rápida retrospectiva de fatos marcantes mostram a Águia meio zonza. No fundo, alguns arranhões doeram e penas foram arrancadas. Chamo isso de “focos de humilhação”: O primeiro grande golpe, sem dúvida, foi a derrota vergonhosa no vietnã; segundo, a implantação do islamismo no Irã; terceiro, vitória sandinista na Nicarágua; quarto, crescente presença da então União Soviética na África e no Oriente Médio; quinto, invasão russa do Afeganistão e o pior de todos, a grande humilhação, os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A despeito de sua arrogância, de sua prepotência, sabemos do potencial americano. Por acaso não são imbatíveis tanto no terreno militar, como, digamos, no produtivo, como no conhecimento? Quem, mais do que eles sabe disso? Então, é o momento de avançar a fim de mostrar quem manda. É preciso maior atrevimento antes do grande choque com a civilização da velha muralha.

Em termos estratégicos, o Iraque é imprescindível não apenas para as pretensões hegemônicas dos EUA, mas para os embates que fatalmente virão.

O recado, enfim, está sendo dado: quem não semear com o “Tio Sam” que se prepare e agüente as conseqüências. Não existe meio termo, julgam eles. Ademais, não possuem uma moeda internacional cuja única referência é a vontade do próprio emissor e um extraordinário poder de guerrear a distância?