Esfelunque

Efeito invisível que capta o sensível, no quesito sensibilidade.

É a expressão holográfica do trauma físico ao sentir-se. É como mergulhar em doces e profundas imensidões de mares e não precisar respirar. Ter e não ter necessidades, de demonstrações de afeto e desamores. Palpar, milimetricamente a memória, em busca de como a emoção entra na pele e corre no sangue. Corrida essa, que os neo- neurônios vão ter que se virar pra aprender. Levar pra lá, seja Lá, onde for, qualquer lugar total, onde ele deve chegar, mas deverá, sem mérito, chegar.

Um cataclisma explosivo de flashes aleatórios e inéditos, sincronizados e não-simétricos, entre teorias e hipócritas filosofias de Bem e Mau.

É o lampejar ofuscante de belas chuvas de pequenas letras que agrupam um conteúdo espesso e suave, quase contraditório, tamanho o paradoxo de sua existência.

Grão e lapso nervoso, um lápis que grafa na derme o resultado de vivencias. Paralisia prolapsa. Janelinhas criadas por miniaturas de humanos, que transcrevem a história, fazendo com que um mundo entre e encontre o outro.

Prisma de categoria irreal, dimensional e maduro.

Feito por todo aquele que nunca aprendeu o que é e como se deve ser. Sentiu e pronto.

Esfeluncou-se.

Embriões e células-tronco, biologicamente traduzidos e confusamente explicados, de tão exato seu mundo externo, que ao unir-se feito projétil e alvo, são apenas unidade.

É a saudade do que não foi vivido e a nostalgia do que está por vir. É um espaço, nessa fenda de tempo, onde o que é real é virtual e o virtual não saiu do pensamento. Te bagunça e transborda, de suor e m suor, sorriso em sorriso.

É também aquilo que nunca falha, feito herói fictício, haverá de existir e em seu intuito de proteger, será.

Asas lépidas e frágeis que o mundo te empresta para alongar e propagar dentro do corpo a emulsão vital de prazer e dor que é formada nos poros, como um espasmo que vem de fora pra dentro, simplesmente acontece, te apresentando a essa reação química orgânica.

Alguns chamam de sopro, outros de vida.

Religiões e forças místicas tentam compreender e executar tal feito, através de rituais e macumbas, orações e joelhos calejados. Como se quisesse dar uma bengala para alguém que é surdo, com a finalidade de suprir-lhe algum encanto.

Habita na energia e em correntes elétricas. Está na imaginação de quem cria e nas grades de quem o limita.

É uma criança adulta, linha tênue desse feito de ser. Quão perto/distante. Cósmico ou cibernético, como for, sem crença ou credo, cenário biométrico. Mapeando "respiratoriamente" seu único defeito, que onde houver a vida, haverá de existir. Aos que se foram, partícula de areia da sabedoria, irá consigo e com eles terão morrido também o mistério do silêncio exigido.

A lei da gravidade não entendeu e nem conceito pra isso, ainda se deu. Para tal desmantelo e falta de cuidado, Esfelunque, esse nome protótipo inventado, quase genérico, pra explicar os efeitos de algo que ainda não foi criado.