Ensaio sobre a Felicidade, a Solidão e as Relações Humanas

Sempre procurei entender o porquê de nos sentirmos tão sozinhos. Após certo tempo na vida e através de nossas experiências vamos compreendendo a grande máxima do dito popular: "A única certeza da vida é que nascemos sozinhos e morremos sozinhos". Triste isso? Não, simplesmente um fato!

O Ser humano apesar de sua característica de homem social, é um indivíduo. Podemos nos dar bem com nossa família genética ou não, podemos casar, ter filhos, amigos, mas... no fundo, bem lá no fundo sempre estaremos sozinhos, afinal cada indivíduo tem sua própria maneira de pensar, de sentir, de se relacionar com ele mesmo, com o outro e com o mundo que o cerca.

Não se trata aqui de sermos bons ou maus, e, sim, de sermos diferentes, sentirmos de maneiras diferentes as mesmas situações e realidades.

Fomos acostumados, desde criancinhas a nos padronizar, a esperar no convívio social, familiar ou afetivo, um complemento. Fomos ensinados a viver coletivamente, mas, na atual realidade onde a máxima utilizada é "cada um por si e Deus por todos", esta tarefa de complementaridade tornou-se tarefa quase que impossível.

Aquele amor utópico de eu nasci pra você e você para mim (se é que algum dia existiu) não existe mais.

Certa vez, vendo o Perfil de minha filha do meio no facebook, li uma frase que expressa bem essa idéia. A frase é a seguinte: "A verdade é que de um jeito ou de outro todos vão te magoar, cabe a você decidir por quem vale a pena sofrer". Não concordo com esta afirmação, creio que o correto seria. Cabe a você perceber quando está sofrendo e seguir outro caminho em busca da sua felicidade. Afinal, todos, sem exceção viemos a este mundo para sermos felizes, é nossa obrigação buscar nossa felicidade, se possível for ao lado de alguém, caso contrário, façamos isso a sós.

Ninguém na realidade depende de outras pessoas para ser feliz, nem mesmo de dinheiro,bens materiais etc.

A felicidade deve ser encarada como um estado de espírito, as relações sociais, familiares e afetivas só são válidas de fato se contribuírem para a manutenção deste estado.

Quando nossas relações, sejam lá em que áreas forem, não nos proporcionam mais esta sensação de felicidade, aí esta na hora de rompermos os laços e seguirmos nosso caminho, sem mágoas, se possível.

Todo encerramento de ciclo é um processo doloroso, entretanto, muito mais doloroso é insistirmos em algo que vemos estar caminhando em direção oposta e que não depende de nós seu redirecionamento.

As relações humanas não são individuais, apesar de serem compostas por mais de um indivíduo, seu caminhar depende da individualidade de cada um envolvido nessa relação. Eu costumo dizer que amor de um só, não é amor e, sim, tortura...Sonhos a dois, sonhado por um só é pesadelo.

Quando numa relação esquecemos de nós mesmos, nossos anseios, objetivos, desejos e passamos a esperar do outro que este sinta da mesma forma nos frustramos, ficamos raivosos, magoados, vazios, mas...Isto só ocorre porque temos esta tendência de andarmos em círculos, de cometermos os mesmos erros sempre, culturalmente fomos ensinados (principalmente as mulheres) de que se algo dá errado em uma relação, a culpa é sempre nossa e aí, caímos novamente no erro, achando que da próxima vez será diferente....

Com certeza será! Outra pessoa, outro tipo de relacionamento, até que cometemos o mesmo erro, esquecemos de nossa individualidade e quando percebemos já é tarde. Caímos novamente da cilada dos contos de fada, do homem ideal, da mulher ideal, ora bolas, o ideal, só é ideal pois está em nossas mentes, mas na vida real, o ideal é diferente, porque não depende somente de nossa imaginação ou vontade, depende para se tornar realidade de outro(s) indivíduos e é aí que as coisas complicam, pois o nosso ideal, geralmente não corresponde ao ideal de outrem.

Devemos então, nos mantermos seres individuais, afinal, se nossas relações não forem as ideiais que imaginamos, ao menos serão reais, plausíveis, e talvez mais duradouras ou não. (risos).

Voltamos ao ideal novamente...As relações humanas sempre serão uma incognita, pois sempre serão baseadas na cumplicidade (ou na falta dela), no companheirismo (ou na falta deste, no respeito ou não...Complicadas...indispensáveis e, intermináveis contradições por si mesmas.

A única certeza de que tenho ao tentar refletir sobre tudo isso é que o conformismo nunca foi e nunca será a melhor saída, devemos sempre buscar em nossas relações a felicidade e se não encontramos por um motivo ou outro não devemos jamais desistir. Afinal, a vida é um eterno aprendizado!

Vamos viver! Vamos aprender! Vamos ser felizes!

Andréa Vidal
Enviado por Andréa Vidal em 18/06/2013
Código do texto: T4347582
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.