IV - minha leitura da história - Ditadura / Democracia

No país das contradições. E também no país dos "dois pesos e duas medidas". A ditadura Vargas e a Revolução de 1964 são os melhores exemplos históricos. Tão perversa quanto a violência desenfreada, foi a truculência política da era Vargas. O Congresso simplesmente foi fechado (no pós-64 houve apenas um período longo - 9 meses - em que o Congresso não funcionou), o mesmo acontecendo com todas as Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores. Os governadores e prefeitos eram nomeados diretamente pelo ditador sem que a indicação passasse por nenhuma outra instância. Juizes, professores e até diplomatas eram nomeados, sem concurso, diretamente pelo tirano do Palácio do Catete. Leis eram confeccionadas para atender interesses particularíssimos. Assim aconteceu com o divórcio, que vigorou no Brasil por um único dia, a fim de beneficiar um parente de Vargas. Também foi com a chamada "Lei Terezoca", destinada exclusivamente a garantir a guarda da filha ilegítima de Chateaubriand para ele mesmo. Os exemplos poderiam ser multiplicados.

Lamentavelmente, a triste história política do Brasil no século XX não tem na Revolução de 1964 sua única nódoa. Há outras piores e mais graves, mas que deixaram de ser lembradas numa reação que tem várias explicações. Em 2004 em que se registrou os 50 anos do suicídio de Getúlio Vargas, deveria ter iniciado uma campanha pelo banimento do seu nome de todas as ruas, avenidas, praças e locais públicos. Foi ele um caudilho sanguinário que deveria merecer degradação, como qualquer ditador. Ou, então, por uma questão de justiça, comecemos, insistentemente, a homenagear os militares "linha dura" de 1964. Afinal, foram eles muito mais civilizados do que o ditador Vargas e seus sectários.

Como disse certa vez um amigo, João_Patriota. "Não precisamos de ditadura, nenhuma delas, nem de esquerda e nem de direita, precisamos sim de um movimento de limpeza nacional, por ordem na casa. Fichar todos os corruptos e impedí-los de concorrer a cargos públicos. Criar um Conselho Supremo Patriota Nacionalista de vigilância permanente sobre as instituições democráticas.

Democracia verdadeira e não essa coisa falsa que está aí".

Educação pública de ensino fundamental e médio fraquíssimos e Universidade pública Forte, mais o desperdício de dinheiro público, mais o comprometimento com a corrupção dos governos deste oportunista continuísmo de pouco mais de 20 anos, que inibe a criação de empregos, trabalho, talvez, sejam os grandes fatores geradores da tremenda desigualdade e de todos os tipos de preconceitos, sem falar em outras espúrias-politicagens que empurra o cidadão brasileiro para pobreza e para marginalidade.

De que adianta esses que estão, outros que tiveram ou aqueles que almejam o Poder estarem inscritos em partidos que levam em suas siglas o "D" de democracia, o "S" do social, o "B" de brasileiros, o "T" dos trabalhadores, o "L" da liberdade? Brasileiro Socialmente preocupado, Livre, Democrático e Trabalhador é quem respeita o povo de seu país, de seu Estado e de sua cidade, enxerga suas carências (Educação -trabalho - saúde - segurança - habitação), suas prioridades (Educação -trabalho - saúde - segurança - habitação) e procura fazer com que o dinheiro público seja aplicado democraticamente, isto é, com o povo e para o povo.

A Democracia não devia ser um meio e sim, um fim em que os indivíduos vivessem numa sociedade democrática de fato, respeitando verdadeiramente como iguais e livres.

Caberia a forma verdadeiramente democrática gerar verdadeiros valores sociais, cultivando o equilíbrio e responsabilidade das ações, constituindo a sociedade organizada, preparada, instruída e mais eficiente para aplicações desses valores, estimulando autocorreções que ajudariam a acelerar o desenvolvimento de uma nação e que aperfeiçoariam o conteúdo democrático.

Nesses quatro ensaios, apenas coloquei a minha leitura dos fatos de nossa história de apenas 40 anos. A leitura de um cidadão ordeiro pagador de impostos, privado de exercer livremente o pleno gozo da liberdade de ir e vir.

No Brasil não houve um período de transição para a democracia tal como houve no Chile. Os militares entregaram o país a uma democracia que por eles foram muito mal planejada e seguiu-se pior ainda na forma que foi e está sendo conduzida.

O que esses pós-ditadura fizeram e estão fazendo com a Educação, Saúde, Segurança e com a Previdência.... Considero como o maior de todos os crimes.

Quem sabe um dia... Nunca mais ditadura no Brasil.

Muito menos viver nessa que aí está, disfarçada de democracia.

"Abaixo a Ditadura".