Por que estudar filosofia?

Embora já possua, dentre os meus 110 livros publicados, três títulos específicos da ciência de Sócrates, resolvi agora escrever mais um trabalho sobre filosofia. O maior apanágio da filosofia é o de “ensinar a pensar”: esta é a tônica da obra, em suas cento e tantas páginas. De fato, é a ciência dos filósofos que sempre ajudou a humanidade a organizar seus juízos e estabelecer os mais variados critérios de julgamento dentro da vida em sociedade.

A pergunta sobre o objetivo da filosofia já foi feita e respondida. Algumas respostas são boas, como afirmam alguns mestres, onde a filosofia tem o objetivo de desbanalizar o cotidiano. O objetivo mais imediato da filosofia é ordenar o conjunto de percepções subjetivas e intersubjetivas a respeito da realidade. O que os filósofos fizeram e fazem é tentar, cada um, a seu modo, ordenar a realidade.

Para buscar essa ordenação, os filósofos sempre partem da configuração conceitual dos filósofos anteriores, desde Sócrates, Platão e Aristóteles até nós os filósofos do século XXI.

O objetivo de estudar filosofia e especular seus meandros é o de adquirir uma consciência mais crítica sobre a realidade. Estar buscando o sentido da vida e, ao mesmo tempo, pensar observando todas as alternativas de uma questão. A filosofia consiste em você estar buscando a verdade e, ao mesmo tempo, desvelar o valor das coisas no questionamento fundamentado no pensamento racional. É nesse estado de espírito que formularemos perguntas como: “O que é a realidade em si mesma?, o que há por trás daquilo que vejo, ouço e toco?, o que é o espaço? o que é o tempo? o que é a liberdade?”.

Essas perguntas são tipicamente filosóficas e refletem algo que poderíamos chamar de atitude filosófica perante o mundo e perante nós mesmos. Muitas delas parecem ser tão óbvias que ninguém em sã consciência tentaria sinceramente questioná-las. A proposta filosófica é a de que, se é para sustentarmos certas crenças e valores, que sejam sustentada de maneira crítica e refletida.

Os artistas assemelham-se aos filósofos em sua tentativa de desbanalizar a nossa experiência do mundo e alcançar assim uma compreensão mais profunda de nós mesmos e das coisas que nos cercam. Mas a forma em que apresentam seus resultados é bastante diferente. Os artistas recorrem à percepção direta e à intuição; enquanto a filosofia tipicamente apresenta seus resultados de maneira argumentativa, lógica e abstrata.

o autor é filósofo e escritor.