Ensaios com Montaigne - Por que leio?

“A alma que carece de objetivo se perde, pois estar em toda parte é não estar em lugar nenhum”. (MONTAIGNE, ENSAIOS)

De que me vale ler, ler e ler, se não me pergunto o que pode vir a ser ler e se não sei o por que estou lendo? Ler é ver? Ver para que? O que não vejo sozinho? Por que não vejo sozinho o que busco ver através dos olhos dos outros? De que serve o meu pensamento, se penso que ele não existe, a partir do momento em que saio trombando o parto alheio inescrupulosamente?

Não estariam as horas perdidas, quando nosso objetivo é apenas folhear o livro da vida, quando apenas queremos que o tempo passe rápido, enquanto nos distraímos com qualquer coisa por toda a parte, a fim de que não entremos em contato com uma das mais profundas questões, a saber: o que quero ser quando crescer?

"Só o louco tem certeza de tudo."

"Desfruta agradavelmente o presente; o restante está fora de teu alcance."

"Por que te glorificares, terra e cinza?"

"Guardar a medida, observar o limite, siga a natureza."

"Quem sabe se a vida é o que chamamos morte e se morrer é viver."

"O homem presunçoso de seu saber ainda não sabe o que é saber."

"Homem sou, e nada que é humano me é alheio."

"O homem é de argila."

"Pode ser e pode não ser."

"A opinião que tens de tua importância te porá a perder, porque te julgas alguém."

"Não compreendo."