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Nunca diga te amo se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.

Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.

 
(Mário Quintana)


 
ENSAIO SOBRE O (DES)AMOR

 
Parafraseando Augusto Branco, a maior covardia de alguém é despertar o amor de outrem sem ter a intenção de amá-lo.

Dizem que a decepção é o excesso de expectativas. Ela anda de mãos dadas com a frustração e quando acontece pode causar muitos estragos, principalmente as decepções amorosas.
Na verdade, expectativas são inevitáveis. Quando alguém alimenta expectativas por conta e risco, diante de incertezas e sem conivência de outro, as chances de se decepcionar certamente são bem maiores.

Porém, muitas vezes, as expectativas são fomentadas e compartilhadas, mutuamente. E quando isso é rompido por uma das partes, não se pode isentar de responsabilidades.
Nada pior do que você convidar alguém para voar consigo e no meio do voo, cortar as asas do outro, que certamente despencará em queda livre e irá se estraçalhar no chão. Mesmo que não morra, há certos pedaços que jamais poderão ser remendados.
As decepções costumam ser extremamente dolorosas e muitas vezes causam danos irreparáveis. Por isso, pense bem antes de semear e alimentar expectativas alheias, quando você sabe que seu solo é infértil.
 
Em se tratando de amor, todo cuidado é pouco. O amor é o sentimento mais fino e especial que pode haver. Na verdade, estamos falando de pessoas e pessoas são tecidas de sentimentos; isso, por si só, já demanda cuidado e atenção.
Sentimento não é “foco”, que se muda a qualquer momento. Não há nada de pragmático no “sentir”.
É claro que não se pode esperar que nada seja eterno, posto que nem nós o somos. Há uma infinidade de fatores que podem contribuir para que o sentimento se esvaia ou se transforme. Geralmente quando acontece, uma das partes sofre e com o tempo supera ou  não.
O importante é como as coisas são postas; não é preciso usar de eufemismos, mas jamais se deve abrir mão do respeito com relação ao outro. As verdades precisam ser ditas, mas não necessariamente de uma forma a espezinhar nem ferir de modo exacerbado.
Quando você vive uma relação com alguém, há outros sentimentos além do amor que permeiam o convívio e que nem sempre acabam.

Outro fator importante: nunca subestime o amor do outro. Afirmar que o seu amor é maior ou mais intenso, que apenas você sabe amar é soberba.
O amor não é um cálculo matemático, não tem fórmulas nem pode ser mensurado. O amor é atemporal e não mede espaços. O amor acontece de mil e uma maneiras, as mais imprevisíveis.
Você pode amar alguém assim que o conhecer e isso não é romantismo piegas. Você pode reconhecer no outro alguém por quem estivera esperando a vida toda. Não adianta tentar explicar.  O amor não se explica, ama-se.
Amor é como a dor: cada um sente à sua maneira. Não existe amor maior ou menor.
Amar é um privilégio; ser amado, uma dádiva. Por isso, se alguém diz que te ama, não refute, não desdenhe. Se você for incapaz de corresponder, seja honesto e respeite.


 
Para finalizar, cito a frase imortal de Exupéry: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Responsabilidade aqui não é peso, mas cuidado e respeito. Trate o outro como deseja ser tratado. E mesmo que o amor acabe ou se transforme, aquilo que foi compartilhado de bom não deve ser desprezado.
Cativar, envolver, seduzir, conquistar...
Lembre-se sempre: pessoas não são descartáveis.
 
 
 
 
 

 
BETH LUCCHESI
Enviado por BETH LUCCHESI em 02/12/2013
Reeditado em 04/12/2013
Código do texto: T4595482
Classificação de conteúdo: seguro
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