Reflexão Crítica a respeito do Mensalão.

Reflexão Crítica a respeito do Mensalão.

O jornalista Marcelo Coelho da folha de São Paulo, em 12-12-2013, publicou a seguinte matéria, o mensalão é fichinha perto das contribuições das doações aos candidatos.

Sendo que um deputado gasta no mínimo um milhão para se eleger, isso minimamente, um senador mais de quatro milhões, candidatos para as prefeituras das grandes cidades em média duzentos e cinquenta milhões, um governador pode chegar a trezentos milhões, para Presidente da República uma quantia mais elevada ainda.

Desenvolvendo uma análise crítica, comparativamente o mensalão uma fichinha, foi o que disse Marcelo Coelho, é como se uma pessoa roubasse um litro de leite no supermercado sendo preso, e alguém assaltando milhões em um banco, a polícia fechando os olhos como se não tivesse acontecido o roubo do banco, apenas do litro de leite. Metáfora comparativa aos gastos eleitorais nacionalmente.

Marcelo Coelho faz uma comparação com dinheiro recebido como doação no ano 2010, mais de seis bilhões isso nacionalmente doado aos políticos, para desenvolver suas campanhas eleitorais.

Esse dinheiro todo cobre apenas sessenta por cento do dinheiro gasto com as campanhas políticas. Desse modo, regra geral falta aos partidos políticos vencedores ou perdedores nacionalmente, mais de quarenta por centro do valor doado para pagar suas dividas, isso regra geral.

O que fica claro que a questão do mensalão é uma incógnita, primeiro se o mensalão foi ou não compra de votos para aprovação dos projetos do PT.

Essa tese é negada por José Genoino, dizendo que o Lula ao vencer as eleições, ficou devendo mais de cem milhões da campanha eleitoral, provenientes da própria campanha política, como outros partidos também ficaram devendo na proporcionalidade das doações.

A segunda questão colocada pelo Genoino, como as doações são feitas em nome das coligações, o PT, gastou o dinheiro doado a coligação na campanha do Lula não passando o que era de direito na divisão proporcional aos partidos coligados.

O próprio denunciador recebeu dinheiro, algo misterioso, a tese formulada pelo delator não se sustenta pela racionabilidade lógica, por alguns motivos óbvios, foram poucos os deputados no conjunto fundamental à aprovação dos projetos.

A necessidade dos dois terços para aprovação de um projeto lei, isso significa que comprar votos de duas dezenas de deputados não aprovariam nenhum projeto lei.

Metaforicamente, é como se alguém comprasse um carro, recebesse dez mil reais de descontos, no final, no momento do pagamento do carro, o comprador resolvesse pagar o próprio desconto por ignorância, quando ele não precisaria fazer tal pagamento para obter o carro.

Estatisticamente os projetos do PT aprovados em forma de lei, historicamente nunca precisaram desses poucos deputados, para suas efetivações.

Então sendo o PT um partido burro resolveu pagá-los mesmo assim por generosidade. A questão colocada, é que o PT como os demais partidos tinham dívidas referentes aos gastos eleitorais daquele ano, essa questão foi desconsiderada no processo do Mensalão.

Se o PT usou o dinheiro para comprar votos para aprovar seus projetos, quando conseguiria aprová-los pela proporcionalidade dos dois terços, sem a partição minguada dos condenados.

Logicamente esse é o partido mais burro da história política do Brasil, pois pagou o que não precisaria comprar, o PT é um partido generoso, alguém acreditaria em tal hipótese?

Na primeira tese, não é possível o Lula, aprovar seus projetos comprando votos sem ele mesmo saber.

Se a tese for verdadeira por hipótese pelo o mesmo procedimento o Lula também teria que ser condenado, por ser o principal autor, a crítica especializada desconfia que a condenação seja política.

Já que tudo foi trabalhado em nível das hipóteses, a teoria do domínio do fato, sendo a premissa primeira verdadeira, seria também a segunda, do mesmo modo a conclusão. Não teria como não condenar o Lula.

A reflexão desenvolve-se no campo das inferências das hipóteses, como o principal figurante não teria nenhuma culpa? Seria tão ingênuo o Supremo Tribunal?

Bem tudo indica que não seja de fato verdadeira a primeira tese, pelos seguintes motivos: primeiro por que comprar votos apenas de duas dezenas de deputados quando teria que comprar praticamente de trezentos deputados? A questão dos dois terços em referência para aprovação de um projeto lei.

Os outros dois motivos, o PT de fato segundo seus membros, refere-se à figura do Genoino não tinha num primeiro momento repassado aos partidos coligados ao direito proporcional do dinheiro de doação, dívida que após a denúncia do mensalão, desapareceu do cenário político.

A segunda parte, uma verba significativa resultada dos empréstimos segundo os jornais foi paga a uma dívida que o partido devia ao senhor Duda Mendonça ao trabalho prestado a serviço da campanha eleitoral.

Se de fato a tese da compra de votos for verdadeira, teria necessariamente de desencadear um segundo processo, para saber como realmente o partido do Lula fez para pagar a dívida decorrente da campanha política. Uma coisa anula a outra necessariamente.

Na verdade a tese da compra de votos foi uma saída magnífica para esconder algo maior e até mesmo pior que o mensalão, as dívidas de todas as campanhas políticas nacionalmente.

Portanto, escolheram o caminho mais fácil, se de fato a trajetória escolhida fosse de o dinheiro usado para pagar dívidas das campanhas políticas, essa tese não iria atingir apenas o PT, a confusão seria certamente generalizada, outros partidos entrariam no rol das condenações.

Seria um complicador para o Supremo, para os partidos e até para a Instituição política, certamente não seria apenas dois grandes lideres políticos presos e alguns deputados.

O que desejou dizer o jornalista Marcelo Coelho, em metáfora, é que o mensalão usado para comprar votos para aprovar os projetos do Lula ou para pagar as dívidas restantes da sua campanha política daquele ano em referência.

Em uma segunda metáfora, é que os cem milhões que os petistas pegaram emprestados em bancos, posteriormente tidos como corrupção.

Em relação aos bilhões que são doados nacionalmente para as campanhas políticas a todos os partidos, na verdade prenderam dois chupadores de picolezinhos.

A populução como fruto da própria ignorância cultural e política mergulhada num mundo de alienação vibra bobamente como se fosse o maior fato histórico desse país, um povo ingênuo e inocente.

Mas a verdadeira questão política foi escondida, como os demais partidos fizeram para pagar as dívidas das suas campanhas políticas?

Esse fato primordial foi esquecido no processo, pergunto se isso de fato ajudou a democracia e a defesa do Estado de Direito a consciência do povo ou foi apenas uma ação midiática?

Edjar Dias de Vasconcelos.