NO LIMITE DO ABANDONO

No limite do abandono

Hoje encontrei o teu linho fino manchado de incertezas e incontinentes desejos foram dissipados. Não tinha medo até então, mais fui obrigado a deixar vazio o meu limite reservado para você. Vi-me no aconchego do dragão e queimado estou, sujo de cinzas e molhado com lama e grama. Nada é mais real que viver o caso do descuido, nada pode me dar mais prazer que olhar o mar de uma canção mal tocada. Falo como louco ou estou sendo real comigo mesmo? Meu plano se desfez na mesmice, confiei demasiadamente, que loucura! Minha idéia foi copiada, meu lucro um saco furado, minha visão deturpada com pesares medíocres, isto sim é loucura! Falo agora olhando a janela da minha alma, minha habilidade não foi prejudicada, mais o meu corpo está cansado da vergonha.

Estou me sentindo humilhado, não vejo à hora de me livrar deste peso, sou verdadeiro mais me olham como falso. Grito com o som baixo de minhas cordas vocais. Ando na estrada de pedra e os meus pés estão machucados e sangrando. Olhai e vede que eu sou real, carne osso e sangue, meus rins estão filtrando tua amarga cólera, meus vômitos é pura água. Eu sei que vivo pra ser feliz, mais o meu viver é amargo como fiel como óleo escorregadio estou, eu mesmo me vejo na solidão. Venha o dia da minha alegria, estou alegre sim! Ninguém pode imaginar isto! Vivo o meu mundo criado por Deus.

Onde eu posso achar o meu destino? Será que podemos vencer sem demagogia matinal? Tentamos o dia inteiro ver mais além, mais ao contrário, só enxergamos os anais do nosso cotidiano. Minhas limitações se expandem, meus ideais se foram como água barrenta, minha alma geme de dores, só eu sei o quanto me sinto só eu posso falar da vergonha que sinto, não choro o que passou mais não me arrependo de ter feito o que fiz. Passo o dia inteiro olhando o sol, me queimo mais não desisto de tentar ser feliz, os que me cercam não sabem o que está dentro de mim, os sábios se dizem fartos de sabedoria, quanto a mim, me limito no meu espaço vazio de amigos. Os vermes da terra estão nas entranhas dos homens de caráter duvidoso, os poderosos que oprimem estão vazios e opacos, seus rins deixaram de filtrar o bom senso. Fiquei perdido por muito tempo, a lama era minha amiga, os cânticos inglórios me alimenta, minha voz está abafada, meu mundo desabou com a injustiça humana. O mesmo que nada é agora meu remédio, ligado estou no mundo do esquecimento, será que um dia verei novamente a luz de minha própria face? Destino ou escolha? Faço o que é certo mais não me deixo levar pro lado sombrio do medo, do abandono, da miséria humana. Querem-se me levar digo não, se me tenta luto para ser forte o suficiente, vou vencer sem excluir a dor. A dor pode ser sua amiga, quando o remédio que tens em mãos de fato possa causar o efeito desejado. Eu sou um homem de dores e muitas humilhações, meus ideais foram feitos de papel cetim, esquecido estou, mais não posso desistir, vou estabelecer minhas metas e voltar ao início de tudo. Você quer saber o quanto é amado pelas pessoas que estão em sua volta? Aja de forma diferente e tente ser você mesmo. Vivemos hoje um holocausto social, estamos cercados de todos os lados, mais nós mesmos não conseguimos nos libertar das algemas que nos prendem no círculo vicioso da ignorância e da intolerância. Durante anos estive preso numa forma de bolo, fui moldado por outros ideais que não eram os meus, me deixei levar por fatores que não tinham base naquilo que eu acreditava. Fui pego na cilada da vaidade e aprisionado com o laço do modernismo capitalista. Meu sol está manchado com nuvens que não querem se dissipar, minha água está quente e azeda, e querem que eu me destitua do melhor que há mim por vanglória e mediocridade. Não estou disposto a desistir de tudo, pelo fato das pessoas serem o que são, vou voar mais além e me libertar do peso da vergonha que há dentro de mim. O valor de uma pessoa só pode ser medido se as oportunidades forem verdadeiras. O cântico do coração é suavizado com o sangue correndo pelas veias, o medo pode ser um excelente aliado do bem estar físico. Minha alma geme de dor pela falta de oxigênio moral, meu farto senso crítico não tem mais esperanças, minha agonia só aumenta, meus olhos estão inchados de tanto chorar pelas madrugadas, não consigo mais entender o porquê de tanta injustiça. Vivemos num país democrático, mais a democracia é uma espada de dois gumes, quando os valores morais são invertidos, e quando os ideais verdadeiros são manchados por questões políticas partidárias que não visam o bem estar do pobre, do necessitado, das viúvas e de todos os que precisão de ajuda, já não existe mais democracia e sim um falso senso de liberdade. Quando olho para o meu corpo, me vejo ainda como um adolescente. Não perdi o meu tempo com futilidades do nosso dia a dia. Posso ver hoje além das minhas capacidades, muito mais que as pessoas que estão em minha volta. Minha vida está resumida em contos e prosas, lamentações e enigmas surrealistas. O sofrimento produz uma espécie de termômetro capaz de suavizar as entranhas da carne humana. O pavor é constituído com sobre saltos incertos de temperamento. Aprendemos a ver o lado negro do coração humano quando o nosso próprio coração está manchado e com raízes de desprezo. O que eu considerava bom, agora não considero mais. O quê era valoroso, se mostrou inútil diante da tamanha adversidade que sofri. Meus valores foram massacrados pelo poder constituído da razão humana. Eu deixei ser levado por sonhos que não eram meus, mais fui iludido com promessas que não eram meus favores, nem amores. Por anos a fio, me vi deitado e paralisado num mundo fechado e lacrado. A dor do medo é produzida pelo meu semelhante, um animal não pode te causar danos, o homem pode! Valores podem ser adquiridos quando sabemos o que estamos fazendo, quando estamos sendo guiados obedecendo a normais meramente formais, deixamos os nossos ideais de lado. O que é o medo senão um conjunto de dificuldades vividas? O verdadeiro valor de um homem só é reconhecido quando os fogos das provações queimam sua carne. No abismo das incertezas me encontrava, meu mundo metafísico era uma bola chutada pelo desprezo, minha fé está abalada, densas nuvens cobriram minha face, não consigo ver com os meus olhos naturais, mais tenho certeza que a luz brilha, radiante e firme, na direção dos que amam a justiça. Nós deixamos que a ilusão de promessas que são jogadas em nossa alma nos envolva por muito tempo, isto é o meio pelo quais outras pessoas se prevaleçam pelo nosso erro. Não estamos preparados emocionalmente. Achamos que a vida pode ser muito fácil se tivermos recursos de sobrevivência, estão enganados, só descobrimos que fomos enganados depois de muito tempo. O medo do desconhecido já levou muito gente ao fracasso.

Meu universo se resume em duas palavras: estou cansado! O vaso das rosas secou, pois não havia quem cuidasse. Estive preso por anos, minha folha de papel está em branco, eu olho constantemente o amar de minhas vagas lembranças, e vejo o que ficou para trás. O tempo tem produzido em mim uma couraça impenetrável, meus valores poéticos são produzidos com sussurros inaudíveis, e me atenho apenas nas tarefas comuns do dia a dia. Por vários momentos em minha cama, descobrir que minha alma estava apenas refletindo o gemido dos meus desejos, um eco de um espírito ressecado. A dor da perda não um é um fator social, as escolhas que fazemos produz um efeito positivo ou negativo. Aprender com isto é meramente ocasional, se nossos corações estão abertos para se conhecer a verdade, ela por si só lhe mostrará o caminho. A confiança que eu nutri durante anos nas pessoas, se desfez como água no açúcar. Meu limite está marcado com lápis de cor, meus passos agora são vistos por muitos que descansam na sombra do abandono. Atento para minha estrada mais ela não tem fim, olho o mais alto que consigo mais só vejo nuvens tampando o meu sol.

O dia inteiro ouço gritos e gemidos, procuro por socorro mais ele não vem. A loucura bate em minha porta com sorrisos largos e solícitos, uma matemática complexa de ser resolvida. As ditaduras das circunstâncias emocionais resolveram serem minhas parceiras, será que ninguém pode me ouvir? Como me sinto sozinho! Estou rodeado de amigos mais nunca me senti tão sozinho. Minhas lágrimas são correntes de desespero, uma fumaça num deserto de prevaricações. Meu fruto amadureceu demais, minha harpa está sem cordas. Às vezes pensam que eu sou idiota. Tratam-me como se eu fosse um imbecil. Aprendo com isto! O talento que está em mim ofende as pessoas, sou aterrorizado pela minha capacidade de ver mais além. Minha alma é um mundo de reflexões abstratas, meus sonhos estão coloridos com tinta de papel. Ver não é um crime, a forma como vemos sim. Posso enxergar amarelo, mais quem vai acreditar em mim? Não tenho poder de convencer ninguém, mais me limito no aceitável. A prática do sofrimento produz uma espécie de balsamo, um remédio aplicado na veia do desespero. A lagarta é uma felizarda, produz sua própria casa de transformações, quanto a nós, somos conduzidos por outros.

A minha cama é um chão duro que quebra meus ossos. O óleo ressecou minhas engrenagens, minha artéria coagulada está.

Por muito tempo tentei achar explicações para meus fracassos. Mais ao contrário do que queria saber, só descobria que minha vida estava no lugar errado. Fazer o que é necessário ser feito não produz em nós alegria, mais fazer o que se gosta rejuvenesce nosso corpo. O talento do artífice é gracioso para sua obra, mais o sem talento se vangloria na esperança de ser notado. Estive perto de saber das coisas, mais fui frustrado pela soberba do homem. Quantas vezes me viram no limite de um abismo sem respostas? Tentava gritar para alguém mais me olhavam atravessado. A soberba é uma doença que pode ser curada, quando de fato procuramos ajuda. O grande momento de nossas vidas é acontece quando aprendemos a dar valor às pequenas coisas. Eu não tinha nada para oferecer senão minha prontabilidade e amabilidade. Fui condenado socialmente, eu percebia as atitudes das pessoas. Ser diferente pode ser muito mais penoso do que se imagina. Minha vida está entregue no colo das correntes de pensamentos preconceituosos. Ditadores caucasianos se vêem como fontes de ajuda para os necessitados e oprimidos, quando na verdade, são eles próprios que oprimem.

Minha orquestra está composta de grandes músicos, meus instrumentos é que estão desafinados. Os olhos do cego podem ver mais além na escuridão, o melhor é ser como cego! Podemos ver no escuro. As barreiras nos impedem de seguir em frente, e às vezes paramos totalmente as nossas vidas. Eu estive preso neste mundo de desejos certos e verdadeiros, mais o meu vasto e infinito senso de responsabilidade me fizeram ver as coisas não como eram de fato. Isto tudo é perda de tempo e vergonhoso. Sou teu largado e jogado na mesa do próprio vento.

A imaginação pode ser frustrada, os meios pelos quais nos identificamos como pessoas de bem são meros factóides adquiridos por falácias despejadas todos os dias pelos meios de comunicação. Os astutos que nos oprimem mandam flores nos enterros na parte do dia, e quando a noite cai, alimentam os matadores de crianças com suas vorazes e aterradoras imaginações. Eu estou no meio de uma guerra silenciosa e destruidora. Minhas armas estão enferrujadas e gastas. Como eu queria tocar em tuas majestosas fontes de paz e alegria, como meu coração arde por uma libertação interior, vejo, sinto, mais distante estou disto tudo. Tento dar o meu grito no silêncio, quero ver um pouco mais adiante, embora minhas habilidades nos permitam isto, não consigo remover o véu que sobre mim está. Quando eu olho o mar me perco na imensidão de suas profundidades, assim vejo minha alma coberta de algas marinhas, o sufoco já é meu amigo, e tenho chamado de companheiro o esquecimento. O tempo é o melhor remédio para uma pessoa como eu, meu mundo criado pelas circunstâncias adversas, me possibilitaram um total descaso dos que me viam como amigo. Eu sou bom em tudo que faço, mais sou criticado pelo que me vê como inimigo. Meu sangue derramado está! Minha carne adormecida e anestesiada caminha rumo ao desconhecido bairro do abandono. Estive cercado por muito tempo por todo tipo de gente estranha. Conhecidos e supostos mestres do bom comportamento me fizeram ver o que eu não queria ver, fui forçado a andar como estás pessoas, não tive forças o suficiente para impor minha vontade. Achava que estava agradando com minhas atitudes, ao contrário, depois de um tempo estava preso nos costumes, nos encontros sociais, na busca incessante por uma afirmação. Meus ideais tinham-se perdido em meio a tantas imposições despejadas como forma de vida.

Quando eu voltava para minha casa, não tinha coragem de me olhar no espelho. Cadê o homem que presa seus valores? O sol do medo me bronzeava de dia, e a noite banhava-me com sua escuridão. Meu alimento estava cheio de bichos, minha água estava quente dentro da geladeira. Queria eu dar um basta em tudo isto, mais não conhecia ver o caminho que me levava para o incerto mundo das decisões acertadas. Só conseguimos descobrir o erro em nossas vidas quando paramos e questionamos se nossas atitudes são verdadeiras. Podemos agir segundo uma direção alheia, mais só nos tornaremos capazes de fazer a diferença quando o valor de uma idéia viabiliza uma mudança social. Por que às vezes é necessário sofrermos para aprendermos a dar valor às pequenas coisas? A vida é cheia de surpresas e a principal delas é lidarmos com a diferença. O descaso com o bom senso nos leva direto ao fracasso, isto é loucura! Uma loucura que pode ser curada e sanada com o bom ânimo.

Somos mestres de nós mesmos, nos limitamos a uma só nota orquestrada por um mecânico e não por um maestro. O piano tira um som lindo quando bem tocado por um pianista, quando o musico é apenas um médico, o andar da melodia arranha nossos ouvidos. O poço pode ser fundo demais, o vento pode derrubar sua fortaleza, mais o mestre de verdade é aquele que aprende a falar só o que sabe. Aprender com quem não sabe é perda de tempo, se o que se ouve é verdadeiro fico feliz em saber. Nem o verdadeiro às vezes se aplica a nós. Minhas mãos estão secas e rachadas, meu pano de saco só enxuga minhas lágrimas que caiem vastamente. Minha esperança não está frustrada, nem os meus dias cotados como aqueles que descem a cova, creio que o sol brilhara sobre minha face resplandecendo um novo dia de realizações. Minha alegria se resume hoje em ver meus sonhos vagando diante de mim. A mais extraordinária visão que podemos ter não pode fazer com que nossas decisões sejam certas. Aprendemos olhando, sentindo, e passando pelo campo de vida da melhor forma possível. Os meus erros só serviram para me mostrar o quando eu sou inoperante. Quantas vezes tentei inutilmente andar com minhas próprias pernas? Vi-me afastado dos propósitos que ardia o meu coração, e não tinha forças para me livrar deste círculo vicioso.

O tempo da força está no bom ânimo, quando estamos nos sentindo fracos os remédios da alegria adquirida alivia as dores. O que é alegria senão um conjunto temporário de ausência de dores? O fato do viver é relevante, se vivermos com dignidade, honestidade, entre outros valores humanos, não nos ausenta das dificuldades do dia a dia. A nobreza do nobre só é aplica para si mesmo. Ter um objetivo verdadeiro não significa que serão alcançados. O mesmo vale pro rico. A grandeza dos ideais morre muitas vezes sem serem reconhecidos, mais o valoroso de espírito suporta o anonimato. Eu estive no círculo das humilhações durante décadas. Vi-me preso por causa da ideologia adquirida. Fui massacrado por causa dos valores verdadeiros que fazem parte da minha vida. A solidão pode ser uma ótima companheira quando você a domina. Se fores dominado por ela, sucumbira escravo de ti mesmo. Se reconhecido não é grande coisa, ser honesto hoje sim. O homem que faz da sua vida apenas um exemplo de conveniência, é meramente um monte de massa ambulante. A verdade ganha aspecto sólido quando o homem verdadeiro não se omite e nem faz pouco caso do bom senso. Ser digno no tocante aos seus próprios interesses não é honra, e sim passatempo dos que não tem escrúpulos. Meu vale é profundo, e não tenho cordas que me ajude a escalá-lo. A dor dos sonhos não realizados me consome de dia e de noite, minhas lágrimas estão doces, que ironia! Meu encanto juvenil está perdido no vício, canto o cântico do pássaro ferido e que não voa. Fatalismo ou realidade? Como podemos entender o que não se pode conhecer? O que está ao meu alcance tento desvendar, o que não vejo mais sei que é real, luto para dominá-lo. Falo como homem de dores, meus vastos e inconfundíveis anelos e suspiros me adulam sorrateiramente me levando a um profundo descontentamento. Da alegria do amor sou privado, do sabor adocicado do relacionamento me perco na mesmice da solidão, meu prato está servido, mais está frio e sem cheiro. O canário com seu canto animam as florestas, o barulho dos carros e gritos por socorro é o meu café da manha. O vaga-lume é uma figura simbólica, irradiando sua própria luz, a minha luz se resume em fleches ocasionais. Sou vendido por dentro da minha alma, um comércio se formou dentro mim, as luzes da esperança expiraram em minhas entranhas. Ocasionalismo ou pluralismo da mesmice? Só sei que estou dentro disto tudo e não tenho olhos que me façam ver a saída.

Que venham os fortes, que façam o que querem, vou receber de braços abertos, pois estou crucificado. A grande festa já está marcada, o grande dia vem como ondas de rádio, o locutor já encenou sua fala para o grande dia. Quando tentamos ser diferentes, encontramos os maiores obstáculos na nossa frente, andar na direção contrária a grande maioria das pessoas pode ser vista como afronta, como subversivo. Se quisermos fazer a diferença no meio que vivemos, devemos nos desprender da vaidade, do orgulho, e devemos acima de tudo fazer com nossos pensamentos sejam aceitos. Os grandes homens do passado e do presente tiveram momentos de abandono, descaso, e perseguição. Vale à pena mostrar para as pessoas aquilo que acreditamos, mesmo que seja com muitas dores e que leve muito tempo para a semente germinar. As águas são profundas, os ventos fortes, o tempo seca a água, os ventos mudam de direção. Permanecer na posição que acreditamos leva tempo, muitos desistem pelo caminho, muitos nem sequer tentam, desistem. O medo de tentar leva ao fracasso, tentar na direção errada também leva ao fracasso. Que vida é está? Somos subjugados pelo fracasso sem ao menos tentarmos. Desistimos sem ao menos olhar-mos as possibilidades de sucesso. Basta apenas um grito, ou até um sussurro, para deixarmos de lado nossos sonhos. Minha desistência não está no fato de eu ser incapaz, e sim no pensamento de não acreditarmos no potencial que há dentro de nós. O valor do sucesso é medido muitas das vezes pelo fracasso sofrido. Tentar ser feliz naquilo que se acredita pode ser fatal, se aquilo que você acredita for errado, estarás em sérios apuros. Muitas das vezes culpamos os outros pelos nossos infortúnios e derrotas. Devemos valorizar as barreiras que são colocadas todos os dias em nossas vidas. Aprender com os erros é um dom que vem do Altíssimo, se reconhecemos os valores aplicados e adquiridos com o sofrimento, deixamos de ser crianças emocionais. Viver é precioso como diamante, amar a vida é saborear um néctar celestial. Gememos de dores e suspiramos a cada manha por mudanças. A fome e miséria, a doença e a peste, lamentam em nossos corpos, fazem moradas em nossas vidas. Nossas vidas vislumbram o opaco e cinzento arco Iris do abandono. Quando estamos preparados de fato já não temos mais forças em nossos corpos, a velhice nos alcançou. O estancar da dor pode ser aliviado com a esperança, uma amiga que nunca morre. Podemos classificar de várias maneiras nosso sofrimento, mais não podemos jamais vê-lo como inimigo, somos aperfeiçoados por ele. A amizade é relativa, estamos cercados de amigos que nos adulam apenas com palavras, enquanto oferecemos alguma coisa batem em nossos ombros e nos parabenizam, quando não temos mais nada para oferecer somem como fumaça. O louco é mais esperto do que os que dizem serem sábios. Se eu posso ser visto como louco mesmo não sendo já não tenho mais escrúpulos. Será que eu preciso agir como todo mundo só para me afirmar? A vida não seria mais amena se agíssemos com extrema sinceridade? A grande temática disto tudo está na concepção de que agindo assim não seremos aceitos. O tempo da aceitação é caracterizado por vários fatores que muitas das vezes não depende de nós. Ficamos a mercê de pessoas que podem mudar o rumo de nossas vidas. Entramos então no campo moral do que é certo ou errado. Vendemos uma imagem daquilo que nós não somos, adquirimos uma postura forjada só para sustentar um meio. Vivemos uma máscara corrompida pelo impiedoso desejo de sucesso que bate violentamente como ondas em nossa alma. Estamos vendidos, estamos entregues a mediocridade, o que é a moral senão um monte de regras que criamos só para nos satisfazer? A minha consciência é que determina o certo do errado, não adianta mesclar valores adquiridos em uma casa edificada na areia. O grito pode ser assustador se estivermos sozinhos.

O som do músico é bom para ele próprio, não podemos aceitar facilmente o que nos empurram garganta abaixo, tudo tem um preço nesta vida, o que você plantar é o que vai colher. O fruto pode ser saboroso se cultivado com carinho. O mesmo é a nossa alma. O livro de nossas vidas pode ser escrito por nós mesmos, o bom vinho só é servido para pessoas especiais. Não faça do teu abandono uma cova de preconceitos, lute para que ele seja teu aliado e mestre.

AUGUSTO SABAOTE
Enviado por AUGUSTO SABAOTE em 08/03/2014
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