Eternos amigos

Franzino, magrinho, olhos azuis.

Os óculos eram quase maiores que o rosto.

Pele clara, cabelos loiros.

Figura quase angelical.

Pequeno grande menino.

Coração maior que o corpo.

Assim o conheci.

A gente se gostou no primeiro instante.

Foi estabelecida a cumplicidade nesse exato momento.

De um lado a fragilidade esperada num garoto que conhece alguém que por acaso encontra-se no lugar da mãe.

Do outro lado o meu instinto maternal, sempre aflorado, característica do meu jeito de ser.

O encontro foi para sempre.

Eternizou-se.

Juntos vivemos momentos muito especiais nas nossas vidas.

Acolhemo-nos, fomos cúmplices em alguns momentos, somos amigos.

Eternos amigos.

Falo de você, meu filho querido.

Não filho da carne, mas do céu.

Sinto seu afeto, seu carinho.

A vida nos separou, mas o amor não acabou.

Somos privilegiados.

Eu tenho um filho a mais e você, uma mãe na reserva.

Estaremos juntos, sempre.

É o que acontece quando a gente ama.

Saudade filhão.

Muita!

(Para Renato C. Alvarenga)