Eu, nós duas
Sempre me vi assim.
“Dois eus”.
Completamente diferentes.
Opostos diria.
Existe em mim a mulher guerreira, que enfrenta desafios, provoca.
A mulher que se assume como pessoa, desafia os falsos moralistas. Briga por seus direitos, assume seu papel social.
A mulher que nada teme.
Que se enfrenta e busca sempre novos caminhos.
Aceita as pedras, briga por suas utopias e adora o novo.
A mulher que questiona, assume sua sexualidade e escolhe o caminho da liberdade.
Sabe que ser livre tem também seu preço: ficar sozinha.
A mulher que separa ser mãe do ser mulher e consegue ajustar-se a isso, sem prejuízo das partes.
Assume a responsabilidade da sua vida.
É independente financeiramente.
Respeita as escolhas das pessoas amadas, mesmo que esteja em desacordo e tem empatia suficiente par aceitá-las.
Mas existe em mim a mulher do lar.
Aquela que adora cozinhar para os filhos e seu amor.
Faz questão de cuidar da intimidade do seu parceiro, como se cuidasse de uma flor.
A mulher que cuida do lar e de todos.
Que faz pequenas gentilezas, um jantar especial, prepara uma noite de amor.
A mulher que chora quando percebe seu parceiro com problemas ou triste e o acompanha nos momentos de prazer, vitória e de dor.
Que cuida dos filhos e da casa com carinho.
A mulher que não se importa de ser chamada de tola ou Amélia, por cuidar do seu amor.
Que se preocupa em parecer tesuda e gostosa para seu companheiro.
Não se esquece do batom, do perfume e dos cheiros todos.
Aquela que sabe quando um vestido ou uma roupa agrada e abusa disso.
Provoca, faz amor.
A mulher que adora ser dominada, possuída.
Frágil, por que adora ser cuidada.
Em alguns momentos tentei ser apenas uma delas.
Impossível.
Sou assim
Eu, nós duas.