Feche as portas...

Interpretar um texto não requer somente conhecimento do mesmo pelos livros atuais, mas tentar ir a fundo desde a sua criação e divulgação, em suas primeiras ditas, para não perdemos a sua essência e desvirtuar o que ele quer realmente nos passar. Em minhas horas de folgas, que agora são muitas, procuro pesquisar cada dizer das antigas escrituras e analisar melhor as falas que andam por ai sobre os mesmos. Muitos dizem: foi assim escrito por fulano e devemos seguir a risca o seu dizer, porque é o mais correto a fazer e o que nos faz mais felizes. AÍ eu pergunto será mesmo? Porque eu devo acreditar que é assim sem pesquisar primeiro? Depois destes questionamentos, ouvindo muito e pesquisando muito, cheguei à conclusão de que: é preciso ter muita cautela antes de seguir um conselho sem pesquisa ou poderemos cair numa armadilha sem volta e acabamos por acostumarmos a fazer sempre o que nos dizem e não o que a nossa consciência manda e que muitas vezes é o melhor caminho a ser seguido.

Um exemplo disso é a história do Cristianismo, acostumamos de olhos fechados a seguir o que foi dito nas palestras proferidas pelos maiorais daquele seguimento religioso que estamos seguindo e com isso, não paramos para observar se os mesmos estão nos passando corretamente aquilo que precisamos ouvir e seguir. Um passagem que me muito me chama à atenção e que a maioria dos palestrantes gostam de exaltar, se trata de um trecho dito por Mateus, em uma de suas andanças divulgando segundo Ele os dizeres do Mestre Jesus. Segundo nos relata os palestrantes, Mateus teria dito o seguinte quando ensinava alguém a rezar” quando fores orar, entre em seu quarto, feche a porta, abra o seu coração e então de coração puro, eleve o teu pensamento ao alto e ore”. Mas de acordo com as minhas pesquisas Ele não disse feche a porta, mas, AS PORTAS, porque? Simples, vejamos. É evidentemente que ao pensarmos em um quarto, logo nos vem à mente somente uma porta, até ai tudo bem se tratasse apenas de um quarto normal, natural, com suas paredes de tijolos e cimento, mas não, o que Ele chamou de quarto em sentido figurado foi o nosso coração e de suas portas os nossos olhos. Então quando formos orar devemos sim, nos fechamos completamente para que as mazelas exteriores não interfiram em nossa prece.

Então, respeitando toda a sua Santidade e grandiosidade de pensamento tomei a liberdade de interpretar assim: “Quando fores orar, entre em seu coração, feche os teus olhos, livre-o de toda a sujeira que possa interferir em tua prece, eleve o teu pensamento ao alto e então, já puro de tudo aquilo que possa interferir em tua prece, ore” . Não sei porque mas as vezes tenho a impressão que já fiz parte dessa história. Vocês sabem, um dia eu volto, mas até lá que as bênçãos dos céus os iluminem, hoje, amanhã e sempre.