NINHO VAZIO...OU SACO CHEIO?

Ainda não cheguei a ponto de rasgar dinheiro.

Mas ultimamente, ao analisar a logística de vida que se impõe ao trabalho da mulher moderna,tenho calculado com minúcias a tal da relação custo/benefício, cuja razão percebo ser cada vez maior.

Ainda que não rasguemos dinheiro, estamos muito próximas de "pagar para trabalhar".E caro!

E não falo apenas na questão financeira...falo na perda da qualidade de vida pessoal, e até no custo social dessa perda progressiva.

Recentemente ouvi uma discussão a respeito do impacto que houve na família e consequentemente na sociedade, quando a mulher saiu para o mercado de trabalho.

É claro que aumentando sua jornada para dupla ou tripla, o nucleo familiar sai comprometido, perde em acolhimento, em organização e agregação.

Ninguém consegue estar em vários lugares ao mesmo tempo, ainda que tenha competência para tal.

Não é nada fácil ser a tal da mulher moderna.

Operamos sob extensa carga de trabalho,de cobranças e de stress psicológico.

Socialmente vimos conquistando espaços diferenciados em todos os setores e ninguém mais se atreve a discutir a capacidade intelectual, as multifacetas e a eficiência das mulheres.

Mas as nossas funções de mães e de donas de casa estão muito longe de serem compartilhadas no ambiente doméstico.

Quem nos ajuda , e muito, são quase sempre outras heróicas mulheres

que deixam seus lares logo pela manhã, assumem a jornada noutras casas e depois retornam no contínuo e árduo ofício de donas de casa...que quase sempre são as "donas DA casa"!

Donas de todos os deveres...

Mas os legisladores previdenciários não nos vêem assim.

Então, vivo a me perguntar que conquista foi essa, para qual levantamos a bandeira num dia internacional,na qual existe o reconhecimento, mas não a transformação, com as necessárias divisões e devida remuneração social da carga de trabalho.

Somos as administradoras dos mundos que nos cercam...

Somos os pilares da inquietação do todo familiar...

Quando maduras, modulamos as angústias dos filhos adolescentes, dos maridos, dos pais em senilidade, e quando suspiramos, logo somos esteriotipadas de "sindrômicas do ninho vazio".

Na verdade, desde pequenas somos condicionadas a carregarmos a sociedade nas costas, sem nos darmos conta disso.

Diz um ditado , que atrás dum grande homem, sempre há uma grande mulher, mas na verdade, já estamos na frente desse grande homem há muito tempo.Ainda que sejamos "pequenas"...

Uffa!

Portanto, é bom que se diga:Não é o ninho que se esvazia não...são as energias da alma que se esgotam...

Somos mulheres sim, mas tal fato não confere o direito de nos transformarem em sacos sem fundo!