E eu convicta, pensava que se tivesse que voltar no tempo, a viver, que gostaria de viver tudo o que já vivi da mesma maneira, e com as mesmas pessoas. E este pensamento e sentimento pareciam que seriam eternos.
Contudo, hoje, eu contradigo o que disse, pois muitas coisas eu as modificaria. Menos tempo eu perderia. E em algumas pessoas, eu jamais acreditaria.
Hoje, as coisas para mim, se fazem tão claras e evidentes: o que eu poderia esperar de um alcoólatra que dizia me amar e amar a família, não intencionando abrir mão de seu vício em prol de nossa família e de nosso amor?
Quando voltam às lembranças de minha vida eu percebo o quanto depositei de  confiança e de expectativas em coisas vazias e sem sentido.
A pergunta que não se cala é: Por que eu segui em frente com o que talvez inconscientemente percebesse que não chegaria a um bom lugar?
Ah! O amor incondicional! O maldito amor incondicional que eu pensava ser bendito, foi o que  me alimentou durante os anos de minha vida, este mesmo amor incondicional  que me desamparou subitamente.
Nem por um decreto eu amarei, com exceção dos meus filhos, incondicionalmente. Sim, eu estou revendo os meus valores e principalmente os meus sentimentos.  Amar incondicionalmente fere. Aceitar incondicionalmente me torna vítima e cumplice, e até mesmo ré de crimes que não cometi.
Lamento que não posso voltar no tempo e mudar o que deveria ser mudado, por isto, eu sigo em frente com força, com fé e com a determinação de que não serei mais tão passiva e medíocre como fui, durante tantas anos de minha vida. Da vida em que eu acreditava ser um mar das mais belas rosas. As rosas eram murchas, sem perfume e sem cor, onde eu era uma completa farsa, que se deixou contagiar pelo que parecia ser real.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 19/09/2014
Reeditado em 25/07/2015
Código do texto: T4968017
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