Asas

Quem dera, Ícaro,
tuas asas não tivessem derretido
e o teu voo nos ensinado
que há algum sentido.
Quem dera, Aasvero Errante,
teus passos chegassem a algum destino;
e andar, não fosse apenas o nosso destino.
Quem dera, Cavaleiro Andante,
a tua sacra insanidade
decretasse o fim de toda mediocridade.
Quem dera, Loucos e Santos ,
tuas guerras derrotassem
a árida realidade que nos apequena,
nesse obscuro canto de cena.
E quem dera, Poeta,
teus versos fossem a trilha seguida
em todas as dores e cores da vida.



Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Primavera de 2014.