POR UMA CONSCIÊNCIA AO BRASIL!

Hoje é feriado aqui em São Paulo, uma data dedicada à "CONSCIÊNCIA NEGRA", ao herói Zumbi dos Palmares, personagem símbolo da libertação e respeito ao povo afrodescendente, um momento que nos convida à conscientização social para muitas reflexões sobre o nosso todo, além de, obviamente, tornar a data um símbolo ao anti-preconceito racial, dentre tantos outros preconceitos que nos assolam enquanto Homens em sociedade.

Não há como negar: os preconceitos no Brasil são muitos e fazem muitas vítimas sociais por todos os cantos e seria simplório demais acreditar que apenas uma data dedicada à consciência do respeito por todas as diferenças que nos compõem, das quais as raciais são apenas uma parte, nos pudesse atenuar os resultados do nosso social tão surreal, aonde as diferenças se exacerbam crescentemente a cada tempo, a despeito dos tantos discursos pelos respeitos à elas, quando políticas públicas apenas implementadas nos palaques distoam cruelmente da experiëncia vivenciada na expoliada cidadania do nosso dia- a-dia.

Igualdade, liberdade e respeito entre os Homens, parece mesmo uma falácia instrumental de se fazer política populista, uma batuta de palavras dirigidas para atrair as minorias já tão majoritárias, onde promessas de respeito ao todo se perdem na história, não só da Humanidade, mas inclusive por aqui, num cenário de descaso crescente por todas as cores.

Antropologicamente somos um país composto por complexo sincretismo de raças e de culturas cosmopolitas, o que nos engrandece em belezas distintas, aonde a raça negra pontua como cenário primordial na aquarela básica da nossa construção de miscigenação lindamente colorida.

Hoje somos negros, brancos, mulatos,, amarelos, vermelhos,cafusos, todos componentes duma aquarela mestiça de diferenças mundiais e desumanas dum social que em uníssono pede por socorro imediato.

Não há mais como negar nossa mentira social que diz acolher a todos sem preconceito.

O preconceito é generalizado!

Somos uma aquarela de preconceito e descaso cidadãos, cujos pincéis orquestrados se escondem e se perdem no tempo da nossa história.

Somos o rescaldo social do preconceito subliminar que escorre de sob tapete das horas já e tão duramente perdidas por tantas gerações.

Preconceito para com o exercício pleno da cidadania multicolor, porque preconceito entre nós se exterioriza em cada teto que falta, em cada comunidade incendiada que rescalda pelas cidades sem planejamentos, em cada terra rachada pelo calor das políticas insustentáveis que nos seguimentam em cores e classes , em cada copa ceifada da amazônia, em cada rio que se assoria, em cada doente sem leito, em cada criança sem infância perdida na drogadição, sem escola e sem futuro, em cada corpo que tomba nas ruas vítima de tanta violência urbana gratuita, em cada imposto usurpado que rouba a chance das prioridades sociais serem satisfeitas, em cada posto de trabalho que se fecha, em cada idoso desrespeitado, de todas as cores, que perde sua dignidade ao término duam vida de trabalho contribuinte, enfim, eu poderia aqui enumerar uma infinidade sem fim de números cidadãos descoloridos do tudo que tão metaforica e realisticamente constrói e revela o preconceito flagrante do descaso.

Penso que o pior preconconceito continua a ser o DO HOMEM PELO HOMEM.

Somos seres inconscientes de todas as cores, aqui e no planeta!

Inconscientes à perene consciência danosa e maquinada do "HOMEM LOBO DO HOMEM" que escraviza seus semelhantes de todas as formas e ceifa-lhes a liberdade de escolher seu destino sobre a Terra ao aniquilar o discernimento da vontade e dos caminhos mais alvissareiros através do seu tempo.

Consciência perversa que holisticamente reina sobre seus semelhantes inconscientes a lhes fomentar diferenças que só criam mais diferenças sociais de violências mudas , mas avassaladoras.

Dia da consciência colorida...ao Brasil de todas as cores!

Que na aquarela da nossa respeitosa e fraterna afrodescendência genuína sejamos um povo único a desfrutar com igualdade social dum país que é de todos nós.

Comemoro neste meu ensaio, o dia do despertar da consciência à tão fustigada e segmentada aquarela brasileira.

A aquarela de tantas belas cores que gradativamente se desbota às tantas inconsciências...manipuláveis.

Convido aos que me lêem à consciência genuinamente colorida, em cores sólidas e perenes, como deve ser a tela duma Nação verdadeiramente feliz.