Nem se eu  vivesse mil anos poderia supor que um dia o meu olhar não fosse mais encontrar o teu olhar.
Ainda me lembro de quando nos conhecemos,  de tudo o que vivemos e de tudo o que enfrentamos até conquistarmos o que sonhávamos para as nossas vidas.
Vivemos uma história de amor bonita. Não digo que tenha sido uma história como é sonhada pelos que ouvem as histórias com finais felizes, porque a nossa história teve continuidade no depois do para sempre. Na verdade as histórias dos contos de fada terminavam dizendo que eles foram felizes para sempre. O nosso amor viveu depois desse momento e para isto foi preciso que enfrentássemos tudo que se vive no para sempre.
Quando te encontrei eu não poderia imaginar que um dia não seríamos mais eu e tu. Encarar esta realidade me faz sentir a dor latente que pulsa em meu peito.
Agora que foste embora eu ainda consigo me distrair na barulhenta luz do dia, mas quando ao final do dia as luzes se acendem para iluminar o silêncio da noite, eu me desespero nesta dor pungente. 
Foram desprezados os mais de trinta anos em que vivemos juntos. 
Éramos, assim eu acreditava, amigos e companheiros. E agora não somos mais nada, além de dois estranhos que se odeiam.
Nem se eu vivesse mil anos eu iria imaginar que tu serias capaz de me roubar, de roubar as nossas conquistas e levar contigo, me deixando a deriva. 
Quando rezávamos com as mãos entrelaçadas e os corpos encaixados, antes de dormirmos, eu me sentia abençoada por conviver com um homem doce e terno. 
Tantas foram as vezes que me senti como se fosse a pessoa mais importante do mundo pelo fato de ter sido premiada com a tua presença em minha vida.
O que eu sinto é muito triste. O que eu sinto é tão estranho que eu mesma não sei explicar e nem ao certo sentir com os meus sentidos esses sentimentos desconhecidos.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 18/02/2015
Reeditado em 19/02/2015
Código do texto: T5141690
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