Um Ensaio Sobre O Otimismo

Faço um pedido ao leitor: abra a sua mente e espírito, será a única forma de seguir o meu raciocínio ao longo do texto.

Vejo por todo o lado, nos meios de comunicação, uma tentativa de entregar espírito positivo às pessoas para o aumento da auto-estima. Eu estou totalmente de acordo pois a sociedade deve ser feliz, mas não da forma que estar a ser feito. Inspirar a felicidade nas pessoas não é sinónimo de vendar-lhes os olhos para o que se passa à sua volta. Inspirar a felicidade seria dar-lhes força para lutar pelos seus direitos, neste mundo corrupto como o que temos, isso seria fundamental.

Para provar que estou certo, vamos imaginar um mundo onde as pessoas seriam optimistas com tudo o que as rodeava, sem qualquer tipo de sentido crítico ou de espírito revolucionário. Onde estaríamos nós? Provavelmente nunca teríamos evoluído como seres humanos. Nunca teríamos interesse em novas tecnologias, estaríamos presos numa ditadura sem fim, sem oposição. Seríamos uma sociedade escravizada. Imperariam dogmas, mentiras, censura, ausência de liberdade, etc.

Seria uma sociedade pacífica, é verdade, mas também uma sociedade muda e paralisada ou dormente. Sem dúvida que a guerra é tida como um acontecimento negativo na história humana, mas às vezes é necessária para a luta pela liberdade. É necessária a revolução, a oposição, ser do contra em relação ao que nos parece errado. Mas para isso é fundamental que se tenha interesse pelas nossas vidas e com o nosso mundo.

Tenho verificado um aumento do desinteresse pela luta dos nossos direitos e isso deveria ser preocupante. Entendo que muitas vezes traz-nos infelicidades mas nunca devemos desistir de nós. Não apelo, obviamente, a uma sociedade pessimista mas, de vez em quando, faz jeito. Apelo sim, a uma sociedade com voz, espírito crítico e revolucionário.

Sem os pessimistas o mundo não mudava pois estes não se conformam com o que vêm. Por favor, vós que não vos conformais, mudai o mundo que temos para que possamos ter um amanhã mais agradável.

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 20/02/2015
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