Eu gosto muito de estudar, de ler e de escrever. Quando estou fazendo uma dessas coisas das quais eu gosto, eu interrompo e faço uma pausa para pensar em algo gostoso de ser lembrado. Ainda há pouco eu fiz isto, e as lembranças me trouxeram de presente alguns momentos de quando os meus filhos eram pequenos e do meu jeito de ser com eles e de suas reações. Lembrava-me de quando, uma vez, o Felipe estava sentado, confortavelmente, no parapeito da janela – morávamos no quarto andar e ele tinha quatro anos de idade - e eu falei para ele que se continuasse sentado naquele lugar, correria o risco de morrer. Ele me olhou, ainda sentado no mesmo lugar, e perguntou, como era morrer. Eu lhe falei: "Morrer é igual a dormir, com a diferença de que você não acorda. Quando eu te chamo pela manhã, você abre os olhinhos e sorri ao me ver.       Se você morrer eu vou te chamar e você não vai ouvir, não vai sorrir e nem me ver, você não irá mais despertar." Logo após ter me ouvido ele disse: "Mom, eu não quero mais sentar no parapeito da janela". Eu respondi: "Então, não se sente meu amor." 
     Neste instante, os meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do telefone, e era ele, o meu filho, do outro lado da linha me perguntando como eu estou e eu lhe respondi: "Bem melhor agora que você me ligou." E falei para ele da coincidência de estar me lembrando desse determinado momento de sua infância e depois de ouvir o meu relato ele me disse: "Que história bonita, Mom". Eu sorri. Sorrimos.
Viver pequenas felicidades é bom, pois ao lembrá-las elas se tornam ainda maiores e mais bonitas.

Lindas são as memórias do coração.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 03/04/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5193763
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.