Numa sala de aula da Educação Infantil há várias crianças e na sala em que eu estou fazendo estágio são vinte e uma crianças com idade entre quatro e  cinco anos. Todas elas são falantes e cheias de energia para pular, brincar e participar das atividades em geral.
Todas as crianças costumam ser  solicitas.
Algumas delas gostam de desenhar e  colorir, de ouvir histórias, ou até mesmo de contá-las.
Algumas crianças preferem escrever, outras preferem ler.
Há ainda algumas que  não têm preferências, pois gostam de colorir, de desenhar, de escrever, de ler, de contar, de cantar, de contar e de ouvir histórias. No entanto, algumas delas se interessam por tudo,  por terem facilidade em se manifestarem talentosamente em todas as áreas onde conseguem demonstrarem suas intelectualidades, enquanto que, para algumas outras crianças, por mais que tentem e se esforcem elas encontram muitas dificuldades. 
Observar o desenvolvimento de cada criança é fascinante. Imagino, quando estou com elas o porquê Freud, Piaget, Perrenout, e outros se interessaram pelo seu universo tão curioso.

Eu adoro estar com as crianças e me afeiçoei a elas de tal maneira que já terminei o meu estágio e continuo indo todos os dias para encontrá-las.
De repente uma delas interrompe o desenho que está fazendo, levanta-se de sua cadeira e vem dizer: “Tia, a minha mãe não quer mais viver com o meu pai”. Eu pergunto: “E você, quer viver com o seu pai?”. Não, tia. O meu pai já tem outra mulher”. A menina que veio até  mim me contar algo, mal acabou de falar e volta a sentar-se e completar seu desenho.

De repente, outra criança se levanta e vem dizer: “... tia eu gosto da minha mãe porque ela me compra muitos presentes...”. Eu: “E se ela não comprasse tantos presentes?” A criança responde: “Eu gostaria dela do mesmo jeito.”
Em seguida vem outra e diz: “Tia, acabou o dinheiro na minha casa. Minha mamãe falou que não temos dinheiro...”. Eu: “Meu bem, ainda bem que o que acabou foi o dinheiro e não a comida, nem o amor, ou os abraços e os beijinhos da sua mamãe..." .
Sinto que elas se envolvem e se preocupam com os problemas de suas famílias e isto acaba por interferir em seus desempenhos no relacionamento com as outras crianças.
O ser humano não consegue nem se apresentar melhor para os próprios filhos... Ainda assim almeja o paraíso. O ser humano não quer ter o trabalho de construir um lugar melhor, mas curiosamente deseja  ser premiado com este lugar.
É impressionante! 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 09/05/2015
Reeditado em 09/05/2015
Código do texto: T5235915
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