NOSSA VELHA TIJUCA.

Dizem que alegria de criança custa pouco, a minha sempre foi cara... Lembro que as crianças do meu colégio usavam sapatos pretos, os meus eram marrons.... Que meus irmãos adoravam soltar pipa, jogar bola, subir em árvores, eu reler "Capitães Da Areia", "Menino De Engenho" , "Grimble", "De Piolho A Garrote..." Mas minha alegria entrava em liquidação quando encontrava o saber da prima Aninha... A beleza de mis universo da prima Cora... Quando a Dinda me levava nas visitas às casas de suas irmãs: tias Nilza, Selma, Lelé... Aliás, na casa da tia Lelé tudo era extraordinariamente diferente: o café com leite gelado era servido no meio da tarde, num breve intervalo entre as brincadeiras de guerra com revólveres de espoleta e a coleção completa de "Falcons" do primo Jonjóca... Bombardeávamos as obras do Metrô da Praça Sans Pena, fazíamos suas enormes crateras... Depois corríamos para resgatar o menino Pascoal em meio aos escombros (para trazê-lo da tristeza causada pela morte prematura do pai)... Na casa da tia Lelé eu era "Pedro Bala" "Gimble", "Garrote", "Falcon"... um "Menino De Engenho" pelas matas de arranha-céus da nossa velha Tijuca...

Dudu Fagundes O Maestro Das Ruas
Enviado por Dudu Fagundes O Maestro Das Ruas em 03/07/2015
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