Coloque o seu na reta! Quero ver...

Política é um assunto espinhoso de discutir. Ainda mais quando vemos aumentar, num passado recente, o exército de bipolares muito bem “informados”. Na briga entre petralhas e tucanalhas ninguém deve meter a colher! Mas o que faz o restante da população? Cala-se? Isenta-se de opinião e polêmica?

Num pais onde a grande imprensa nos impõe a imagem de um governo ruim salta aos olhos uma oposição pior ainda. Todo mundo vociferando impropérios, deixando cada vez mais expostos seus telhados de vidro.

Está difícil separar o joio do trigo. Só vemos joio...

Fico imaginando um espetáculo onde os artistas não se entendem e uma plateia que pagou caro para assistir.

Os artistas estão mais interessados em lavar roupa suja no palco do que estudar uma forma de devolver o valor dos ingressos.

A plateia já está no estágio que esqueceu qual espetáculo pagou. Agora estão escolhendo um lado... há os que defendem que primeiro se lave a roupa branca, o outro que a roupa escura é mais urgente. Uns num canto perguntam se não era melhor todo mundo ficar nu e começar do zero.

Uns olham para o teto e observam a arquitetura rebuscada do passado. E sentem saudades.

Sobraram aqueles que só torcem para que tudo tenha sentido. E cada um faça devidamente o que se propôs. Ainda sonham.

Até que chega a polícia! Sujou! Não... não são “os puliça” tradicionais tupiniquins. Não estão vindo passar a sacolinha. Travestidos de uma justiça utópica, parecem artistas mas vieram do inconsciente coletivo da plateia. E levam presos quase todos do palco. Se sobrou algum, envergonhadamente se junta à plateia.

E agora? A plateia vai se dando conta que o espetáculo acabou. Acabou? Mas uma parte continua lavando roupa suja. Não! Ainda discutindo qual roupa lavar primeiro. A confusão é generalizada.

Até que alguém sobe no palco. Tenta chamar a atenção, subindo numa mesa, pedindo a palavra. Em vão! Não pestanejou, arrastou o único objeto de cena bem para o meio do palco e... colocou o pau na mesa! Apenas o som sufocado de bocas abertas. Sentaram todos e se ouviu um “fala aê, pô”. Não foi o tamanho que impressionou, de longe não dava para ver direito, e sim o barulho! Uma colocada de pau na mesa de respeito. Veio lá da frente um burburinho que o cara estava armado, teria sido o cano do revólver. Era uma explicação.

E começou a falar. No futuro dos seus filhos. Dos nossos. Outras pessoas a ele se juntaram. Uns nem filhos tinham, mas sim futuro. E o papo rendeu. Criaram outro espetáculo! Calcados na experiência do que tinham assistido, como não fazer.

Então... esta é minha mensagem para os inúmeros vociferadores da plateia. Os dotados de recente instrução política. E os de não tão recente assim. Do jeito que está só vai sobrar a mesa. Vai lá... se não tiver pau, bate com a dobradiça! O importante é fazer barulho! Mas atenção: fique de frente! Pois agora é o seu que está na reta! Cuide do seu telhado! Quero ver agora você no papel de protagonista...

Fernando Antunes
Enviado por Fernando Antunes em 19/09/2015
Reeditado em 19/09/2015
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