A quem interessa o terror?

Desde 2001 tem havido forte propaganda de terrorismo. Antes desse tempo, temiam-se ataques de malucos a escolas. A modalidade idiota parece ter cedido lugar a outra: ataques religiosos.

Confesso não entender nada do assunto, mas, a quem pode interessar um ataque do tipo cometido em Paris? Muçulmanos em geral, espalhados pelo mundo, serão mais hostilizados que já eram. Se eu fosse um religioso árabe vivendo no estrangeiro estaria rezando para o fim do terrorismo; ninguém sofrerá mais que eles as consequências dessa insanidade. Haverá aumento da intolerância a outros povos. O ataque ocorre em um dos locais mais tolerantes do planeta, um contrassenso.

Desde 2001 o terrorismo se tornou um tema mundial, um assunto recorrente, os meios de comunicação os têm disseminado. Era fenômeno raro fora do Oriente Médio, parece estar sendo bem-sucedida a sua generalização.

Vejo apenas um interessado nesse fenômeno: os senhores da guerra, os produtores de armas, os que lucram com confrontos bélicos.

Tenho vaticinado um grande conflito em 2017, um ataque norte-americano a China e Rússia deflagrando a terceira guerra mundial. Os americanos plantaram bases militares ao redor desses dois países, fecharam o cerco sobre eles. Além de possibilitar a proximidade de seus ataques, os norte-americanos transformaram Europa e Ásia em alvos primários de chineses e russos na tentativa de se resguardar contra ataques nucleares. Europeus e asiáticos foram forçados a engolir as “bases de defesa” que os transformaram em alvos. Agora, se correr o bicho pega.

Uma preocupação americana básica consiste em transpor o conflito para a Eurásia, querem lá o palco central da guerra, ninguém quer bombas atômicas explodindo em suas próprias cabeças. Russos e chineses ver-se-ão forçados a destruir primariamente a Eurásia, origem mais direta de ataques. Eurasianos ficam obrigados a tomar partido: “quem não estiver comigo está contra mim”, proclamam os senhores da guerra.

Nesse momento, a França se assemelha a uma estação de metrô pichada, sugerindo novas pichações ali e ao redor. As cicatrizes de 2001 já foram apagadas. Os americanos, com seus drones, são os maiores terroristas do planeta. Precisam usar as armas que produzem, eliminar o concorrente econômico que o supera, e zerar uma dívida trilhonária. Matarão 3 coelhos com o ataque. Haverá retaliação. Não haverá neutralidade possível, a destruição se espraiará por todo o planeta. As consequências serão drásticas; catastróficas, mas imprevisíveis.

Golpes derrubarão estados democráticos, estados policiais ganharão força, se alastrarão pelo planeta, prenunciarão o conflito; o porrete será usado para conter sobreviventes famintos e irados que escaparem do embate apocalíptico; torturas grassarão, cortesia dos sádicos aos tempos bárbaros que se anunciam.

Um grande horror nos espreita.