Deixo-me escrever

Deixo-me escrever, muitas vezes coisas que não tem nada a ver,

Talvez, quem sabe, através das letras consiga me esconder

do que nem eu mesmo sei responder.

Algum medo contido, guardado em minha memória, escondido

durante essa trajetória de criança, de escola, de faca, de pistola.

Vai saber o que me feriu, vai ver foi o grito da puta que me pariu!

Deixo-me escrever, sobre o desleixo, sobre como perdi o eixo da minha simplória caminhada, quando jovem largas passadas, hoje curtas, questionadas, inseguras, ultrapassadas!

Deixo-me escrever, dedo e tecla...ah, como me dá prazer uma letra junta a outra algo vai nascer, sem significado pode ser!

É puramente interrogativa essa minha dissertativa!

Sem começo, posso até ter iniciado pelo avesso, destruído a estrofe, a ode grega que me perdoe, pois me deixo escrever e que meu pensamento voe!

Raul Sidarta
Enviado por Raul Sidarta em 09/07/2007
Código do texto: T558561