"ONÇA JUMA" - CRIME DE QUEM?

Dor... Tristeza... Indignação... Insolidariedade em uma sociedade que custa a aprender a ser social; coletiva e solidária em suas interpretações com outros seres. A onça Juma foi condenada por não ter o direito de ser o ser que é. Foi morta no fogo que aquece a busca de solidariedade entre os povos; entre os Homens. Um assassinato coletivo onde todos nós somos criminosos. Para o renomado pensador do século XIX, Émile Durkheim (LUCENA, 2010, p.297):

Quanto maior é a consciência coletiva, mais forte e particularizada, maior será o número de atos considerados como crimes. Atos que violam um imperativo que ferem diretamente a consciência da coletividade. O crime é um ato proibido pela consciência coletiva e só pode ser definido do exterior tomando como referência o estado de consciência coletiva da sociedade considerada.

Se para Émile Durkheim quanto maior e particularizada for a consciência coletiva, maiores serão os atos considerados crimes, então, coletivamente atiramos na onça Juma. A dor é coletiva e mundial. E não somos nós que afirmamos, mas o momento de vida instantâneo e online, onde a vida de toda espécie vive conectada. Pela irracionalidade e insolidariedade de alguns, TODOS particularizamos a morte da onça Juma. E isto não é de todo mau. Isto mostra a solidariedade e humanização de TODOS à vida de “UM”: este crime é nosso!

LUCENA. Carlos. O Pensamento Educacional de Émile Durkheim. Revista HISTEDBR On-line Artigo, Campinas, n.40, p. 295-305, dez.2010 - ISSN: 1676-2584 – p.297-298.