Sei que lá fora brilham luzes artificiais...

Ironia mesmo seria

Se apesar de tudo

Mudassem o conceito particular

Da trajetória das paralelas

Matematicamente pensando

Fazer parte do mesmo plano espacial

Sem contudo ter um ponto em comum

É a maior das incongruências

Duas existências fadadas à geometria

Só podem mesmo

Deixar um rastro invisível pelo cosmos.

Não haver auroras boreais

É chato como quem não sabe cantar

E lá vou novamente, em passos apressados

Saindo da área de alcance

Seguindo uma sucessão infinita de pontos

Situados todos na mesma direção

Perpendicularmente à sua realidade

Rumo talvez ao topo da montanha

(Quem pode saber)

A vida começa aos quarenta, dizem

Inicio aqui um caminho adjacente

Ao infinito e além!

Leio comovida as entrelinhas divinas

E, rezando em voz baixa

Faço o sinal da cruz

Apenas para constatar

De que lado estou

No meu próprio guerrear.