A generosidade

A Generosidade

Pesquisas e texto de: Zélia Prímola

A generosidade é a virtude do dom.

“É preciso ser justo antes de ser generoso.” Chamfort.

Existem virtudes que levam à prática de muitas outras e a generosidade é uma delas. Quem é generoso é paciente,é sincero,é amoroso,é cuidadoso com as palavras,não fere a alma dos outros,não se conduz inconvenientemente,respeita as pessoas e se preocupa com elas.A generosidade é o amor em movimento,e agir de Deus moldando nosso caráter.

Revista:Mosaico.

Justiça e generosidade dizem respeito ,ambas,as nossas relações com outrem;a generosidade é mais subjetiva,mais espontânea;ao passo que a justiça,mesmo quando aplicada,guarda em si algo mais objetivo,mais universal,mais intelectual ou refletido.

A generosidade parece dever mais ao coração ou ao temperamento; a justiça ao espírito ou a razão.

Os direitos humanos,por exemplo:podem constituir objeto de uma declaração.

A generosidade não,trata-se de agir, e não em função de determinado texto,de determinada lei,mas,além de qualquer lei,em todo caso humano,e unicamente de acordo com as exigências do amor,da moral ou da solidariedade.

Para se ter generosidade não é taxativamente obrigatório se ter amor,segundo Spinoza a generosidade é”um desejo pelo qual o indivíduo,a partir do simples mandamento da razão se esforça por assistir aos outros homens e estabelecer entre estes e ele um vínculo de amizade. A generosidade é,nisso,com a firmeza ou a coragem uma das duas ocorrências da força da alma.”

As ações que visam apenas a utilidade do agente,refiro-as a firmeza “explica Spinoza,e as que visam igualmente a utilidade de outrem, à generosidade” Portanto há utilidade nos dois casos,utilidade do próprio sujeito.

Ter-se-á,notado que a generosidade é definida como desejo,não como alegria o que se basta para distingui-la do amor ou como diz Spinoza,da caridade.Que a alegria possa nascer em acréscimo,e mesmo que ela seja expressamente visada,é mais que claro pois a amizade (a que tende a generosidade)nada mais é que a alegria partilhada. Mais precisamente,a alegria ou o amor podem,nascer da generosidade e não se reduzir a ela ou com ela se confundir.

A generosidade é desejo de amor,desejo de alegria e de partilha,é a própria alegria,pois o generoso se regozija com esse desejo e ama pelo menos nele esse amor do amor. Lembra-nos da forte definição de Spinoza.

“o amor é uma alegria que acompanha a idéia de uma causa externa.” “Agir bem e manter-se alegre” dizia Spinoza;o amor é a finalidade,a generosidade é o caminho.”

Fonte de pesquisa:Livro: Pequeno Tratado das Grandes Virtudes,páginas:52,53 e 54 de André Comte—Sponeville.Ed.Martins Fontes.São Paulo,1999.Tradução de Eduardo Brandão .

A verdadeira generosidade no pensamento do filósofo francês,René Descartes (31/3/1596-11/2/1650).

Observo em nós apenas uma única coisa que nos pode dar justa razão para nos estimarmos,a saber: o uso do nosso livre-arbítrio e o domínio que temos sobre nossas vontades. Pois as ações que dependem desse livre arbítrio são as únicas pelas quais podemos com razão ser louvados ou censurados,e ele torna-nos de alguma forma semelhante a Deus ao fazer-nos senhores de nós mesmos,desde que por cobardia não percamos não percamos os direitos que nos dá.

Assim,creio que a verdadeira generosidade que faz um homem estimar-se a si mesmo no mais alto grau em que pode legitimamente estimar-se ,consiste somente por uma parte em que ele sabe que há algo que realmente lhe pertença, a não ser essa livre disposição das suas vontades ,nem por que ele deva ser louvado ou censurado a não ser porque faz bom ou mau uso dela;e,por outra parte,em que ele sente em si mesmo uma firme e constante resolução de fazer bom uso dela,isto é,de nunca deixar de ter vontade para empreender e executar as coisas que julgar serem melhores. Isto é seguir perfeitamente a virtude.

Nota: O latim generosus designa o homem ou animal que é de boa raça.Por tanto,generoso é,antes de tudo aquele que é de raça nobre,no sentido figurado ou moral,aquele que demonstra grandeza de alma.

René Descartes, in ‘As Paixões da Alma’.

Depois de um estudo de opiniões de pessoas que se dedicaram a entender a generosidade,definem como seja a generosidade um ato subjetivo que com o direito dado por Deus do livre-arbítrio,se tornando assim uma decisão,um desejo que não é construído dentro de nós ,é,espontâneo,é livre,não é só dado as pessoas as quais amamos,não precisamos escolher para a prática da generosidade,só aquelas as quais amamos,podemos ser generosos com qualquer criatura,que cruze nosso caminho,embora desse momento de generosidade possa nascer o amor e a alegria.

Por ser uma ação benéfica,a generosidade coloca a pessoa que a pratica na condição de uma pessoa de boa índole,de ser uma criatura do bem e assim o generoso é sempre olhado com bons olhos e que isso traz para ele alegria e a sensação de estar realizado no que chamamos de cristão.

Zélia Prímola.

“A generosidade não passa da piedade das almas nobres.”

Sebastien-Roch Chamfort.

Pensador.

zelia prímola
Enviado por zelia prímola em 08/10/2016
Código do texto: T5785636
Classificação de conteúdo: seguro