Desminto. Desmito: ¨quem não chora não mama¨

Uai! E aquele outro ditado: O bom cabrito não berra!

A gente precisa entrar num acordo: - Senhores criadores de ditos populares, vamos ficar atentos às contradições?!

Afinal de contas, se a criança chorar, se o Garotinho espernear, vai mamar ou não vai mamar?

E não foi de tanto mamar nas tetas de nossa República Mãe, que o garoto peralta, foi pego fazendo arte?

- Olha garoto, toma cuidado! Pra descer e pegar sol no play do ¨pátio¨, tem que saber brincar... Num berra cabritinho, que vai dar bode pro teu lado...

Do lado de lá desse mar de concreto, um certo Cabral, leva a mão acima dos olhos e mira o horizonte: - Desafeto a vista!...

Será que vão trocar mensagens de garrafas pelas marolas do entre-grades?... Será que vão entrar pro time de futebol do pavilhão? E se entrarem, será que vai ter marmelada?...

Será que vão apelar pro pastor e pra Jesus?

Será que vem aí mais duas conversões premiadas?

Ou será que vem aí a nova sensação sertaneja do cárcere?

- Agora com vocês: Cabral e Garotinho!

Chora sofrência, chora! Chora criança, chora! Mas chora alto que tá armando céu desabado e ninguém vai te escutar!

Do lado de cá o sol brilha bonito... se põe e nasce novamente todo dia redondinho, redondinho!... Do lado de lá nem tanto... Dentro da geometria da lei, o sol nasce quadrado... Bem que podia, um Triangulo das Bermudas, se abrir sob tais pés maculados e fazer cair, sumir, descendo e sempre descendo até chegar em lugar quentinho...

É, do lado de cá ¨o sol brilha de tanta emoção!...¨.

Mas às vezes tem chuva e o ¨céu ramiado¨ encobre o poente e o nascente... Parece escuridão mas não é... É o prenúncio da tempestade antes da bonança que vai trazer o sol que vai desintegrar essas trevas que têm encoberto, mais que a luz natural, encobrindo até a claridade de nossos espíritos e nosso sorriso...

Às vezes é tempestade mesmo, com força, como num lava-jato!

(Vêm rasgando, as águas de lavar a alma de uma nação...)

E não adianta, São Pedro quando tá na função de mandar trovoada e chuva, arrastando os móveis, zoa tanto o plantão, que não vai nem escutar a criança chorar!

Num berra cabrito, não adianta chorar, vai ficar sem mamar!