Desminto. Desmito: ¨o que os olhos não veêm, o coração não sente¨

Mentira, mentira, mentira...

Começa que dizer, ¨o coração sente¨, é figura de linguagem. Expressão criada dentro de um contexto poético.

O coração não sente nada, só bombeia sangue para cada órgão e célula dessa máquina maravilhosa que é o corpo humano. Dentro deste mesmo contexto poético, poderíamos dizer que, o coração está para os outros órgãos no conjunto do corpo humano, assim como Deus está para nós. Sim, o coração seria Deus, irrigando vida por veias, artérias, vasos...

Mas se matarmos o poeta e a poesia, o coração não sente. Nós sentimos!... Sentimos pela soma de nosso pensamento mais as sensações que advém de nossos sentidos... Isso mesmo, o sentimento é nosso! Essa bomba ¨hemodráulica¨ não sente nada, nem dor, nós sentimos!...

Os olhos veem é claro, são olhos!... Mas não dizem nada, porque são olhos e não bocas. E também não decifram coisa alguma, porque continuam sendo apenas olhos e não são cérebros!

Portanto mesmo que os olhos vissem, não poderiam dizer, porque não são bocas e nem decifrar os signos porque não são o cérebro. Podemos deduzir que os olhos então, não poderiam transmitir notícia qualquer ao coração, muito menos, do que se refere o contexto neste ditado: a dor da desilusão, da traição.

É claro que o que está por trás desse conceito e o justifica a princípio, é o mais puro cinismo... Dizemos que se não vemos, não sentimos e tapamos os olhos com a peneira... o tolo que não quer ver...

E é por aí que caminha perfurando mais um, o nosso cupim devorador de ditados... olha o furo aê:

Se não queremos ver para que o coração não sinta, quer dizer que de antemão, já sabemos e sentimos... Daí, o coração poeta sentidor, sabe e sente mesmo sem mensagem vinda dos olhos...

É aquela coceirinha... são os sinais que já se repetem como um sinalizador piscando em alerta no painel da cara lavada, do sorriso amarelo... Fingimos que não sabemos... Nos fazemos de cegos...

Pois eu lhe pergunto: um cego que tenha nascido cego, por acaso não sente? Precisa o cego ver para crer?...

Mentira, meu irmão! Mentira minha irmã!

É para um estado de mentira, para uma casa de espelhos mágicos distorcendo a realidade, criando um mundo de ilusões que este ditado quer nos levar. Não é bom amigo este dito.

Um bom amigo diria: - Confie! Se não for capaz de confiar é porque do seu lado não existe segurança, ou o outro lado não merece confiança. Uma coisa ou outra, deixa claro que já se estende em demasia uma relação que não tem base sólida. É fria meu irmão! Uma gelada minha irmã! Caiam fora!

E não me refiro apenas ao relacionamento qualquer que seja. Também quero dizer, que não escutem vozes duvidosas, falsos amigos como esse ditado, que quer nos levar ao encontro de uma vida vivida à base de convenientes mentiras...

Daí hoje me despeço de vocês, meus queridos, fazendo coro ao parceiro tremendão que bem disse: - Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela! Pega na mentira!...

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 01/12/2016
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T5840284
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.