Desminto. Desmito: ¨macaco velho não mete a mão em cumbuca¨

Ô gente! depois não querem que eu fale! Olha isso!

Vocês conhecem a origem desse ditado? Pra quem não conhece, esclareço:

No continente africano é cultura de algumas tribos armarem arapuca para determinados macacos. O objetivo é pegar o bicho e mantê-lo vivo, amarrado por uma corda ao pescoço e deixá-lo com sede. Fazem isso em períodos de seca, quando a água é escassa e difícil de encontrar. O coitado preso e quase seco de sede é solto e seguido, porque os caiçaras sabem que ele encontrará o tesouro que todos querem, esse líquido precioso que é a base de nossa existência, o verdadeiro ¨manjar dos deuses¨, a cristalina...

A armadilha é simples e engenhosa, fruto de observação, de sabedoria...

Encontra-se uma toca, como um cupinzeiro, ou formigueiro. Pensem em algo como uma casa de João-de-Barro, com proporções maiores e com a porta de entrada que dê passagem justa, apenas para a mão de um macaco. A mão deve entrar estendida e justa. Daí é que vem a malícia dessa gente manhosa... O bicho gosta de frutas! Macaco gosta de banana?

Então, coloca-se um regalo desse de isca dentro da toca, o desavisado fareja de longe e vem quente, fervendo, metendo a mão na cumbuca...

Aí é que a coisa fica interessante... Porque o nosso ingênuo amiguinho guloso, ao pegar dentro da toca o seu objeto de desejo, o segura firme, fechando o punho em concha e quando tenta trazer a mão para fora, não consegue soltá-la de dentro da arapuca, porque com a mão fechada e expandida pelo fruto que segura, se faz um nó, que não passa de volta pela entrada da toca. O símio fica doido se debatendo a ponto de quase arrancar a mão ou o braço, mas não consegue se soltar... tão inocente... bastaria abrir a mão, abrindo mão também de sua prenda e estaria livre, mas não, ele não larga... não desapega...

Moral da história: vai ser preso amarrado e transformado no mascote caçador de água da aldeia. É cruel, sua vida será preso pelo pescoço, amarrado a um toco qualquer. Os aldeões sabem que se ele fugir, esse danado, não cairá nunca mais na arapuca! Mas às vezes consegue fugir, daí a expressão: ¨Macaco velho não mete a mão em cumbuca!¨.

Ô meu São Tremendão, peguei na mentira de novo!...

Calma, eu explico:

Por a caso alguém, como eu, já viu esse filme? Hein Brasilzão? Porque eu tenho visto macacos e macaquices como essas, de mão na cumbuca, todo dia. É um circo de macacos!...

Só que são macacos velhos, metendo a mão há gerações... mas no momento que são pegos com a boca na botija, ou a mão na cumbuca, não largam! Não desapegam! Esperneiam quase se destroçando e ainda alegando injustiças, não abrem mão da teta que está no fundo desta cave!... Macacos velhos que não aprendem!...

É isso, está detonado mais um ditado! A não ser que o bicho citado não seja macaco!

Talvez ratos?!...

E se ratos, porque ainda no barco?! Ajam como ratos, pulem fora! Desapeguem! Caiam fora, ratos e ratazanas!...

Hehe, esse papo de bicho já até me deu um palpite... Vou fazer uma fezinha... afinal é só uma contravençãozinha... dá nada não...

tá no esquema...

tá no sistema...

tá no DNA...

Mas vou fazer uma fezinha...

Na fé que tenho que tudo vai mudar!...

Vai dar águia na cabeça!

Tá no distintivo...

Tá decifrado do sonho de todo brasileiro!

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 06/12/2016
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T5845455
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