A arte e o artista

De repente a vontade de compor os pensamentos esparsos e expressá-los em qualquer forma, parece-nos mania que vem não sabemos de onde. Do mesmo modo o desejo de escrever aninha-se na cabeça sem dar sossego, cutucando, pedindo soltura, insistindo, rogando para livrar-se de cadeias, liberdade para voar pelo mundo das letras, das palavras, da ideação em frases a riscar no espaço vazio da brancura virgem os percursos dos sentimentos, frutos de olhares inquietos, de escutas atentas aos vocativos, às interrogações pedintes ou às ardentes exclamações do mundo que nos cerca.

Em qualquer lugar deste planeta, desta nossa joia em seu caminho no espaço, vivemos nós, todo mundo, até os ditos insensíveis, também – mesmo que não admitam – cada um em seu orbe pessoal de quimeras. Todos anseiam expressar sua parte criativa no palco da vida. Cada qual com sua arte e ela em si não se define simples ou complexa, porque jorra de única fonte que rega um infindável labirinto de sentimentos e criações.

Somos cultores de todas as artes, todos nós que trazemos à luz o impulsivo desejo de poetar, de contar, de declamar, de cantar, de representar ou transformar em melodia os sons que nos rodeiam. Abrem-se os portais das percepções e a arte impele o artista a mostrar em obras o prodigioso talento humano. Todos os dons e todas as habilidades manifestam-se na criatura por Deus escolhida, despojada de gênero e adjetivo.

Conforme nossa crença, oremos em agradecimento e glória a Deus pelos irmãos agraciados com dons pacíficos invulgares. Fraternidade de seres nascidos para mostrar ao mundo a beleza em supremacia aos feitos dissonantes da criatura humana.