79 Luas

No mês passado foi anunciada a descoberta de mais 12 luas em Júpiter, que agora conta com 79 luas. Sempre que números espantosos como esse vêm à tona, eu me lembro que, à pergunta do Kardec sobre se “são habitados todos os globos que se movem no espaço”, os espíritos superiores responderam com um incontroverso “sim”.

Isso significa que todas as 79 luas de Júpiter, sem exceção, são habitadas, pois são globos em movimento no espaço, ainda que sujeitos à órbita de Júpiter. E como os próprios cientistas cogitam a existência de vida em algumas luas de Júpiter e de Saturno, não serão os espíritos superiores de Kardec que irão se opor a essa hipótese: a vida se estenderia também por todos os satélites.

Como, em geral, a maioria das satélites, como também a maioria dos planetas, são hostis à vida como a nossa, é preciso se sair dessa enrascada sugerindo que a vida nesses globos se dá de maneira muito diversa da nossa e que, inclusive, seria tão sutil que nós não teríamos condições de captá-la. Assim sendo, ficam os seguidores dessa doutrina isentos da necessidade de produzir qualquer tipo de prova para as alegações.

Dizem ainda os espíritos superiores que é “orgulho e vaidade” julgar que o Universo foi criado só para os seres de Terra, mas não ocorre a eles que também é “orgulho e vaidade” julgar que o Universo foi criado só para abrigar vida e que, se um único globo não a contiver, foi desperdício de espaço da parte de Deus.

Apenas adentrando na mente desse Deus é que se poderia dizer que um espaço sem vida é desperdício de espaço. Apenas uma vida que se acha o suprassumo dos Cosmos pode ter a vida como única razão.

Volto à imagem do grão de areia, que é bem ilustrativa. Há mais globos se movendo no espaço do que há grãos de areia na Terra. E, no entanto, mesmo sendo, em tese, criados por Deus, não me consta que ele dê a cada um desses grãos um propósito particular na Terra, e creio que nem por isso alguém irá achar que Deus desperdiçou espaço com eles.

Creio que deva se levar em conta o conjunto. Não é necessário que cada globo, individualmente, tenha vida. Tudo forma um único e majestoso espetáculo e, por certo, muito iremos crescer se não vermos mais necessidade de se distinguir e sobressair sobre o que não vive.

Frederico Milkau
Enviado por Frederico Milkau em 17/08/2018
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