Imersão temporal

No início algo aconteceu. Sem mais nem menos, sem história, sem ideia, apenas o início. O início do que entendemos o que seja o existir, algo que a mente ainda não nos mostrou, que talvez esteja guardado em algum lugar em nosso subconsciente, em um espaço que existe, que talvez existiu ou que simplesmente nunca existiu. Talvez isso seja o nada, ou o nada não exista e estamos presos em um lugar que existe apenas em nossas mentes, na sua, na minha ou na de alguém que tenha o total controle sobre você. Mas o que eu imagino, não sei se é o mesmo que você... você imagina? Consegue imaginar como foi o início? Como seja o fim? Se existe fim? Ou o fato de ser o fim não exista nada? O que eu sei é que hoje eu sinto, sinto que exista algo, algo que se perde a cada instante. Contável? Não sei. Não entendo o tempo, apenas sei que ele passa. E o passado... ele é intocável, imutável e intransponível, não se aloca em um outro tempo presente ou futuro, "nada do que foi será de novo, do jeito que já foi um dia". Porém, o passado é construível e não o futuro como muitos pensam. Eu consigo construir o passado, mas não o futuro, faço do meu futuro o meu passado. Em quanto tempo? Quanto tempo o tempo tem? Questões difíceis de serem resolvidas, é um quebra-cabeça que há todo momento busca seu encaixe, como um imã atrai o aço, ao ponto de querer que isso faça parte de si, o que me deixa pensando que tudo não passa de uma interação em que todo o universo tenta se encaixar buscando encontrar-se no ponto inicial, esse ponto que foi perturbado em algum momento gerando o caos que despontou o instante em que é hoje, o agora.

Paulo Montenegro
Enviado por Paulo Montenegro em 10/11/2018
Código do texto: T6499664
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