Sócrates e Descartes são fundamentais

A Filosofia pode nos ajudar muito. Uma de suas áreas é chamada de lógica, que é um instrumento que serve para estruturar o nosso pensamento, para organizar o nosso raciocínio, para dar coerência ao que pensamos e dizemos.

Há muitos excelentes filósofos na história. Mas vou mencionar apenas dois neste texto: Sócrates (o patrono da Filosofia, o criador da ética, o pai da moral) e René Descartes (matemático e filósofo iniciador da Filosofia Moderna).

Sócrates dizia aos atenienses de seu tempo: "Conhece-te a ti mesmo!" Sócrates encontrou esse convite no Oráculo.

Há muitas pessoas que imaginam ter autoconhecimento, mas não o têm. Conhecer a si mesmo é uma necessidade. O autoconhecimento é fundamental. Esse assunto merece um livro. Sendo assim, o que direi aqui é muito pouco.

Sócrates dizia que, antes de querer conhecer a natureza e convencer os outros, devemos conhecer a nós mesmos. Mas eu digo que precisamos de uma postura cartesiana para isso, ou socrática. As duas posturas são excelentes. Por isso, eu fico com os dois filósofos.

É preciso mergulhar em si mesmo. É mister questionar-se. Você se questiona? Muitas pessoas procuram argumento para convencer as demais. Sócrates criticava as pessoas que queriam convencer as outras, mas não buscavam a verdade. Vemos no dia a dia, principalmente nas redes sociais, que o objetivo de muitas pessoas é mostrar que estão certas, mesmo estando erradas. Quem analisa a si mesmo? Quem analisa seus pensamentos, suas atitudes, suas ações?

René Descartes confessa que, quando concluiu seus estudos, em uma das melhores escolas da Europa, e poderia ser recebido na classe dos eruditos, como era costume da época, estava cheio de dúvidas. Resolveu, então, colocar em questionamento tudo o que aprendera desde a infância através de preceptores, professores, experiência. Criou um método chamado dúvida metódica. Ele decidiu não aceitar nada como verdadeiro que não passasse pelo crivo da dúvida, que não fosse claro e distinto, que não fosse indubitável. Duvidou de tudo, até da própria existência e de Deus. Isso faz parte de seu método. Ele não queria duvidar por duvidar, mas para encontrar a verdade.

Quem duvida de suas verdades? Quem duvida de suas certezas? Quem pensa sobre a possibilidade de estar errado? Pessoas fracas não se questionam, não se examinam, não assumem que erram. A maioria das pessoas cria suas verdades e vive nelas.

Sócrates e Descartes são fundamentais. Sócrates nos ensina a arte do diálogo. Ele ensina as pessoas a se questionarem, a se analisarem. Descartes faz a mesma coisa. Sócrates convida as pessoas a examinarem suas crenças. Quem o faz? Descartes convida a evitar a precipitação, ou seja, a facilidade e a rapidez com que as pessoas emitem opinião sobre as coisas, sem analisar, sem verificar se essas opiniões são verdadeiras ou não. Descartes convida a evitar a prevenção, ou seja, a facilidade e a rapidez com que as pessoas se deixam levar pelas opiniões ou ideias alheias, sem analisá-las, sem examiná-las.

Eu não sei se é defeito de caráter ou se é uma deficiência de raciocínio ou cegueira mental (provocadas por falta de boas leituras, por falta de conhecimento ou por crenças, ou por outra coisa qualquer) que determinadas pessoas pensam e agem de modo errado. O que é errado? O que é certo?

Quem não abandona crenças não caminha em direção à verdade. Não caminha em direção à verdade quem não muda de opinião, quem não muda de pensamento, quem não se analisa, quem não se questiona, quem não sai de sua zona de conforto.

Descartes colocou em dúvida todos os conhecimentos que ele adquiriu durante toda a sua formação. Quem tem a coragem de questionar o que acredita saber? Quem mergulha em si mesmo? Quem questiona suas verdades?

As pessoas são críticas. Todos precisamos ser críticos e autocríticos.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 04/01/2019
Reeditado em 04/01/2019
Código do texto: T6542567
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