O Amor Romântico
O romantismo é o tempero dos contos, é a magia que deixa mais leve o esmagador pesar do cotidiano, é o que dá cores aos dias nublados, e o que faz o sol refletir na janela, ainda que não haja sol, mas é também um dos maiores socos no estômago que a vida pode nos experimentar, pois é quando o mesmo não tem razão para existir, mostra à tona a dura realidade do dia-dia, maçante é a vida sem paixões, a quem diga, que a vida só encontra sentido quando está apaixonada, ou, se sente mais viva exatamente por perder os sentidos, contradição entre dois termos, a clássica briga entre os deuses Eros e Ágape, o desejo e o amor universal. É no mais alto grau de melancolia que estão as mais bonitas histórias de amor, aquelas que só são lembradas quando morrem de amor, pois tenho para mim, que a morte é uma das maiores provas de amor "Jesus Cristo mandou lembranças "
Portanto deixa claro que um bom romance envolve sempre uma tragédia no final, um amor interrompido, a descoberta do amor em meio a solidão e a original e velha sátira dos contos de fadas, onde se vivem felizes para sempre, porque o romance almeja a eternidade, é o desejo pelo eterno sabendo que um dia tudo se vai, e é exatamente o chocar com o muro da realidade o que faz os romances serem tão desastrosos, ainda que belos. É o sonho inalcançável da fuga da solidão. Realidade essa, sombria, para aqueles que por diversas frustrações, encontram a liberdade na solidão, porque proveito dessa vida maçante e sem paixões tínhamos que encontrar.
Você prefere a solidão da liberdade ou a cadeia de uma companhia? Pergunta que costumo fazer para os meus ouvintes, porque se sabes que não existe liberdade na companhia de um amor, mas sabe-se que existe a cadeia de si mesmo, quando temos liberdade demais para nos prendermos na solidão, o medo da liberdade nos torna reféns das correntes dos nossos próprios pesadelos, portanto sempre buscamos ser presos por alguém, para que o amor tenha a responsabilidade de cuidar da gente, no entanto que é arrasadoramente difícil cuidarmos de nós mesmos.
O romance, portanto, nos venda, é uma solidão cuidando de outra, com cuidado, para que uma nunca se sobressaia sob o conforto de "você não está só" quando na verdade, todos nós estamos, basta tirar a venda, e verás que é exatamente o que os desastres dos romances nos mostram quando eles acontecem.
Ah ainda, métodos loucamente mais solitários e nitidamente tristes, quando o romance nos faz amar aquele (a) comprometido (a) ou aquele (a) distante, o bom e melancólico "amor platônico" no sentido popular da palavra, é a forma mais insana de fugir da solidão da liberdade, amar sem correspondência, sofrer por quem não se tem, e morrer por quem não morreria por você.