(Des) acorrentando-me!

Há dias venho pensando, ou ao menos tentando não ser injusta com as pessoas, mas especialmente sem ser injusta comigo mesma.

Desde cedo sempre me preocupei com o bem estar das pessoas, de modo geral.

Eu nunca me percebi “uma pessoa digna do meu cuidado”, pois eu estava sempre ocupada demais cuidando dos outros.

E nessa linha hoje percebo o quanto eu fui descuidada comigo, mas uma coisa é certa: não trapaceei, não humilhei, não pisei em ninguém sob a justificativa de que precisava cuidar de mim.

Hoje não me arrependo de ter doado-me inteiramente àqueles que por um ou outro motivo precisaram de mim, ainda que muitos somente acalentassem o desejo sórdido de sugar de mim o “eu mesma”.

Hoje eu não me arrependo, porque de nada adiantaria. Mas, ao contrário do desejo dos meus algozes, eu acordei.

Hoje eu acordei, e apesar de não gostar do que vejo dentro de mim eu decidi que buscarei um caminho que me traga paz, serenidade e, sobretudo amor próprio para cuidar de mim, para mim mesma, enquanto o momento de encerrar a minha caminhada não chegue... enquanto eu durmo... desacorrentar eu de mim, para mim... inteira... antes de cerrar os olhos... no último toque silente do meu pequeno coração... agora desacorrentado da vida... que até aqui vivi...

Polenazul
Enviado por Polenazul em 24/04/2019
Código do texto: T6630995
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.