Poucos e loucos

Tacharam-me de louco! É sério, dia desses aí! Assustei-me com a rotulação que considerei de extrema ausência de veleidade e consideração para com minha pessoa. Porra, eu tenho um puta trabalho pra instituir e cultivar minha esdrúxula postura irregular e incipiente pra neguinho vir leviana e desapercebidamente, e sem conhecimento de causa, me chamar de louco?

Só louco???? Louco é a putaqueopariu!

Saibam que eu vaso óleo nos 3 mancais, ou melhor “merejo”! Eu como merda todo santo dia, até porque merda tem pra todo canto e tá na promoção em qualquer paragem por aí, e eu não sou bobo de perder as oportunidades do varejo. Bobo, nunca! Eu vomito letras que nem padre neófito em confessionário dá conta de ouvir (ou cheirar), eu cago conceitos em paredes e papéis, como o faço nesse exato instante nesse teclado, e esporro porras inférteis na cara de pessoas normais, que por total envergadura para se abster da insanidade permanecem num patamar de normalidade que não ascenderei jamais.

Não sou louco! Louco é o George Bush, o Michael Jackson, o traficante da rocinha.

Eu?? Eu não! Sou é bizarro, maníaco, psicopata, paranóico, insano, estereótipo do achaque, anômalo, irregular, instável, bipolar, uma aberração, e tantos outros mais adjetivos que me remetam à cancha da monstruosidade, por favor! E me deixem ficar assim, aqui, desse modo! Porque sei que sofro, no entanto a insanidade me fez vizinho da beleza, da poesia, da meiguice, da ternura, da harmonia (pasmem!), da felicidade e do amor.

Gente normal não veio ao mundo pra ser feliz, entender o amor e ver o esplêndido. Isso é privilégio pra poucos e loucos! Poucos e loucos!

André, um Jerico