Saudades

A poeira da estrada cobria o mocassim, levantando pequenas nuvens no ar quente daquele final de janeiro. Os risos escancarados, frouxos, arrematavam o sotaque mineiro da menina. Música para meus ouvidos. A graça da frase, a intenção do gracejo, rematadas pela íntima relação, acariciavam meus sentidos.

A troca de lugares, mais que física, foi espiritual. Eram os últimos momentos, os últimos risos, a derradeira corrida ao vento.

Nas fotos, nunca o rosto. O passo, sempre em direção ao oposto.

Vida. Morte. Além-vida...

Nunca mais nos olhos. Eternamente no coração