ÊTA, AGONIA! ii

II esboços23

O ELO FENOMENAL

O jovem Alfredo se comportava muito estranho ultimamente. Ele parara nas escadas aspiral do dezenove, que dava acesso ao sengundo andar. E, apesar daquela ressaca intransponível não parecia lamentar-se nenhum momento das sensações sentidas. Aliás, só se fosse por um sentimento medíocre de querer continuar bêbado por causa da indagação falível de Luciana. E ele insistia em continuar no mesmo lugar dificultando a passagem de forma patética — no entanto, Marina não era mais a moreninha da janela, estava alva como nos seus sonhos. E não dando atenção entre espaço e tempo, tratava-se da mesma criatura. Assim Alfredo delirou várias vezes sem discernimento entre vê-la distante ou senti-la consigo. Com isso empatava a passagem escornado no meio da tal escada, que dava ingresso para o segundo andar do dezenove. Não demorou uma senhorita tentar subir. Ela aparentava lá seus dezesseis anos; porém, mantinha autoridade de senhora – ela usava uma camisa de manga longa amarrada nos pulsos; saia cumprida - constume reteté de igreja de fogo e tornozelos cobertos por sandálias fechadas. Era Juliana de Morais a mulher de um velho síndico do cortiço, que falaremos dele mais tarde. Apesar de ser evangélica, crente Pentecostal de mistérios coabitava com esse senhor já viviam alguns anos amancebados. Era a primeira vez que Juliana o notava, onde prontamente chamou Luciana, que espachava clientes no bar&restaurante.@#$%| não precisa fazer contas de idades, para saber que o safado já bulinava a menina ainda novinha! - Mas naquele momento se alguém demorasse os olhos nela primeiro via a seriedade na fé Cristã, pra depois vê a beleza das poucas garotas de sua idade naquele ambiente!... Porque não chamava a atenção já que sua formosura se escondia nos gestos rústicos que fazia, onde as suas roupas ajudava! Uma coisa era notório era impossível desperceber o encanto apaixonante dela, quando sorria!

E ele continuava resignando; e ela repreendia-o. Ela apareceu do nada pedindo providência divina para segundo ela, uma maldição. E, Alfredo não destravava os olhos da porta do quarto de Marina. Como não havia muita privacidade, às vezes, ouviam-se os murmúrios de atos libidinosos dentro dos quartos ocupados, que depois silenciava numa suposta satisfação sexual dos amantes. Então, Alfredo começou a chamar - Oh Marina! Oh Marina! - cada vez mais alto demostrando uma certa lucidez de desespero. E alguém lá de dentro da alcova da prostituta demostrou logo preocupação com certa insistência otária do rapaz. Mas essa mocinha bem composta, que continuava orando ali na escada, quebrou o clima que poderia evoluir. Mas, infelizmente, não por muito tempo.

e, irritadíssima com tudo isso e cheio de escárnio repreendeu todos agora em línguas estranhas alevantando bíblia para o alto! Ela alegava que um dia àquela perturbação espiritual iria acabar e tal e tal... Alfredo vendo-a fixamente lembrou-se de Luciana que era a funcionária, macumbeira. Na contrapartida disso, Alfredo sentiu um alívio inesperado somente quando a luz do quarto da bacante apagou-se as luzes vermelhas... Foi quando procurou acalmar-se realmente da resignação de biriteiro; e se concentrou numa outra perspectiva procurando ficar atento querendo saber do porvir do nada... Tal esforço lhe deixara tonto por completo se deixara a cabeça tesa na porta do quarto de Marina. Não era mais isso que lhe preocupava; nem subir por completo a escada espiral no prédio ou a pregação reteté de Juliana... E sim um fenômeno muito estranho como todos do dezenove!...

Ou sei lá o quê!? Dizia nos seus típicos monologos ouvia algumas pessoas lá nos fundos do edifício consumindo drogas. Pensou ligeiro, impossível!.. Então se acomodou-se por ali mesmo sem mais ideia. E deu um nó no seu juízo que ficou mais atordoado, pois, não havia fundos no segundo andar!... Mas depois pra ele pouco importava... Piscou de novo os olhos; um vento frio!.. mas era típica àquela movimentação noutros cantos do dezenove, insistiu. Então, Alfredo notou que o bar & restaurante estava encerrando às suas atividades finalmente. Instintivamente comparou Marina com Juliana e depois esta com Luciana novamente. Por fim, as fechaduras grandes haviam batidas lá no térreo. Alguém tinha passado o ferrolho no portão principal. Era o velho sergipano que tinha descerrado a bandeira do cortiço - código dado a um tempo para descanso.

O velho sergipe chamava-se Sr. Antônio, seu sabido para os íntimos. Era uma espécie de síndico e administrador do cortiço. Como ele pouco conhecia o novo inquilino logo chamou sua mulher que não parava de orar. Suspeitava dela ali já que o bebum era jovem e bonito. No segundo grito Juliana atendeu prontamente seu Antônio. E foi assim que o segundo andar ficou parcialmente sossegado...

- Deixe o rapaz em paz mulher... Ele não faz mal nem as moscas... Concluiu com um arzinho hipócrita de ciúmes.

- Se tudo fosse esse jovem sabido. Tá surdo!... não tá ouvindo a pouca vergonha não?...

- Esqueceu que isso aqui é nosso ganha pão, oxente!

- Já é dia e tudo tem sua hora, né?

- Pra mim sim hehehe...

E foi assim que o segundo andar ficou parcialmente sossegado...

Juliana era a mulher do velho. Apesar de ser evangélica, crente Pentecostal de fogo coabitava com o velho sergipe normalmente. Aliás, Eles já viviam alguns anos já amancebados. E não precisa fazer contas de idades, para saber que seu sabido já bulinava menina novinha! Ou seja, quase... Deus é mais!... Até porque Alfredo continuava como num ritual enjoado de cachaceiro!... Um fato interessante sobre Alfredo, poucas vezes o casal cumprimentaram-no. Era sempre no corredor lateral ou na escada espiral que era escura e íngreme. Nunca deram atenção ao jovem noutro lugar. Até porque sempre se encontravam-no ali escada que mau dava para uma pessoa de apertada onde se estendia pelo corredor até a parte superior do edifício. Não havia outros caminhos senão estes para ingresso no dezenove. O novato sempre fazia do ouvido mercador quando a tal evangélica o saudasse com suas mensagens religiosas - para ele era ousadia - ou aos cumprimentos secos do velho síndico - e desse falsidade.

Na relação desses três o importante era o pagamento do aluguel em dias.

* * *

E o tempo foi passando por entre zumbidos de moscas cada vez mais à vontade... E assim continuou até as altas horas da avançada manhã normalmente. E à luz do meio dia, bem no meridional, deu prosseguimento a um silêncio preguiçoso no prédio que também cumpriu seu ritual. E assim se estendeu magistralmente até às quatro da tarde conforme a nossa maresia... Era como acontecia todos os dias no cortiço depois da intensa jornada noturna dos seus frequentadores. Contudo, naquele dia específico* aconteceu alguma coisa... Pois não existiu o tão comum finzinho de tarde que aos poucos ia se rendendo um belo crepúsculo. Ninguém teve coragem para ver o pôr-do-sol dar lugar mais uma vez a rotina daquelas noitadas promiscuas!... E a tal monotonia já não vinha das janelas do dezenove. Somente a polícia subiu no segundo andar querendo respostas técnicas para um homicídio macabro! até aos olhos dos mais sóbrios se tivesse algum ali do tal acontecimento, menos os agentes!

- Ei! Cão vadio! Qual é o seu caso aí na escada? Quero passar. Tá pegando alguma visão aí seu pilantra? O que tem anotado nesses papeis, seu demônio! Disse um negro que acabara de sair do quarto da prostituta finalmente. Ele não parava de falar alto momento algum. Nenhuma dessas palavras foram ouvidas por Alfredo que continuava sonolento no mesmo canto da apertada escada espiral. Nem tão pouco o jovem associou que aquele homem estava com Marina transando à noite toda no quarto dela. Pois, tinha feito uma maré* daquelas. Só pra notar era impossível Alfredo sentir o aroma do sabonete barato nas narinas, nem imaginar outra situação semelhante por causa da agonia que passava introspectivo: cachaça é brincadeira!... Então, Alfredo tentou se levantar com dificuldades entre empurrões e viu inconscientemente a porta entre-aberta do quarto da tal prostituta. Continuou disperso e nem ligava as coisas como todo cachaceiro... Seu cérebro estava numa espécie de transe. Então, Alfredo começou a apanhar cada vez mais forte. Sorria somente. Pois, empatava a passagem do agressor que queria descer ligeiro, ficou bêbado rapidamente quando tentou segurar as pernas do homem já que ficara nervoso. Logo doeu uma porradas que tomou; doeu mais ainda um único soco com um anel de prata do negro que decerto marcou sua cabeça. O jovem não conseguia reagir completamente. Segurava-o somente devido suas limitações físicas. Alguns momentos parecia algo inusitados, pensava: talvez um boxeador amador e um beberrão enjoado. Por fim Alfredo sorriu sinistramente. Soltou suas pernas quando ouviu um tinir muito agudo de lâmina que fez as luzes amareladas de uma gambiarra do corredor apagar-se de vez. E concomitantemente aquele homenzarrão calou-se como um túmulo e cessou a agressão. Logo, veio a escuridão total, depois acendeu tenebrosamente o ambiente - cada lâmpada uma a uma, muito rápido e anormal - todas subitamente queimaram dando um estouro de energia! Parecera um evento místico ou imaginário dos ébrios! Alfredo sentiu um alívio quando Marina fechou a porta amedrontada. Continuava rindo... O ambiente apesar da escuridão logo teve outra conotação preocupante: exalava cheiro de sangue. Embora uma calmaria estivesse ali reinando, imaginava problemas futuros. Ou talvez poderia ter enlouquecido com sua fértil imaginação!

Mas, de fato ficara exausto por causa do esforço físico. Cuidaria das feridas depois... Interessante que ninguém ouviu e nem percebeu nada, talvez somente a prostituta viu nada!... Quem sabe fosse fruto de uma imaginação para impressiona-la e vim até ele! Entretanto, tudo não era tão natural assim... Disso tinha quase certeza. E Alfredo estranhou domínio de suas passadas e chegar ao seu quarto como um ladrão atencioso.

* * *

A mente humana num estado embriaguez profunda nos afinge totalmente. Não nos revela as totalidade dos acontecimentos físicos como forma de proteção moral, se ainda dela dependemos para uma convivência social. Talvez tenha sido isso que o fizera Alfredo fantasiar tal acontecimento, para justificar tudo àquilo que aconteceu. Somente situações de conforto psicológico nos aliviarão para não entrarmos num estado mórbido e não sucumbirmos completamente numa desgraça que fazemos por tão pouco. É como se fosse uma defesa fisiológica da aflição mental dos ébrios. Esses comandos não depende de nós quando estamos em perigo, entorpecido ou num gozo espiritual. Já cérebro é extremamente fantástico quando se utiliza esses artifícios de proteção psíquico-orgânico, para nos pouparmos esforços de uma futura preocupação extrema. Mas, não funcionou com esse miserável. Alfredo aquebrantado queria somente escrever um maldito soneto. sabe lá que isso significaria para ele? Ou talvez demonstrar loucura para se eximir de uma suposta culpa? Não sabemos o proposito de continuar ali por alguns minutos. Tudo isso funciona acima da nossa comum inteligência comum - é um lapso de genialidade dos seres humanos quando estamos eminentemente ameaçados - e, por isso, automaticamente o corpo se desliga da consciência para não termos gasto alto de energia humana desnecessária. Todo sistema nervoso, todo aparelho fisiológico entram num estado latente por está todo aquebrantado devido ao suposto perigo ainda não anunciado. Quando isso quando acontece incrivelmente as coisas que vimos, sentimos ou até fazemos involuntariamente não nos causam passagens traumatizantes. É nossa defesa por um curto período de tempo. E talvez foi por isso que fez o moribundo dormir profundante no seu quarto depois que apanhara do tal agressor. Mas a agonia continuava e ele teve um sonho terrível que estranhamente não lhe acalmara suas ações mentais, ainda que fosse como forma de proteção natural do cansaço. E já na acomodado sua cama de solteiro sentiu um alívio imediato, frívolo, de aparente conforto; mas se virava deitado de um canto ao outro querendo involuntariamente dar prosseguimento a sua imaginação que decerto era muito real.

Mas na realidade alguns fatos insistia na sua consciência que deixara contornos vagos. Procurava descontrair inconscientemente. Alfredo tinha apanhado daquele negro que fisicamente ali não percebera sua força para neutralizá-lo. Mas não fora somente isso que lhe incomodava: alguma coisa grave tinha acontecido e não lembrara! Se não atacou-o o agressor!... A cachaça dá contornos sóbrios às vezes ou vagos vinham como aparição; e Alfredo novamente dormitou e sonhou fatidicamente dominando suas idéias. E por fim nalgum momento o jovem teve lembranças inconsequentes, outras apaziguadoras, mas um pesadelo que tivera desconstruíra todo um propósito de equilíbrio mental:

Do pesadelo lembrava algumas partes.

" Um velho preto que matava um bode de olhos de demoníaco que talvez não tinha haver com o mistério acontecido na escada espiral. Porém, ele não recordava de nada ainda que seguro. Não conseguia associá-lo aos fatos... Insistia! Eu não só apanhei, eu não só apanhei...Ficava a seu critério associar os fatos ali deitado com outras coisas... Também ele sentia alguma coisa muito grave lá; mas pouco importa, também não teve forças para voltar na escada espiral e chegou um momento que não conseguia mais dormir, mas tava sonolento, pensava paranoico! Esses pensamentos pertencia ao seu sonho sabia, imaginava. Que bom, pensou acalmando-se um pouco. Imaginou também que já tinha controle sobre seu juízo, maravilha! Pensava veementemente. Quando passou as mãos das suas feridas dos espancamentos não percebeu nem dor, nem o sabor de sangue nos lábios e se acalmava de vez. Então não tinha acontecido nada, teve certeza. Era tudo pesadelo! Que bom de novo! Agradecia a Deus sem fé! Poderia ter sido rescaldo de muita cachaçada mal curada, imaginava. Visões provocadas e sempre as mesmas. Vinha um odor forte de sangue que logo cheiraria a cadáver nas suas narinas mais tarde! Ou quem sabe no prédio todo. Seu subconsciente insistia em alertá-lo disso! Mas se tranquilizava peremptoriamente: besteira de um pensamento hostil. Apesar da tal imaginação perturbadora tudo àquilo ainda era tão real no seu íntimo - mas tinha esperança. Imaginava a vida e conseguia dormitar um pouco... Contudo, foram muitas vezes que se esperneou: era os tais pesadelos novamente - não se lembrava dos detalhes, nunca! - e isso fazia arregalar os olhos esverdeados, vermelhos de sofrimento oculto!"

- Porque me culpo se não fiz nada! Se não ouve nada...

Por se mexer muito Alfredo suava sem parar onde ensopou todos os lençóis de sua cama! O calor da Baía de Todos Os Santos não contribuíram para isso.

Mas, Afinal, por outro lado a continuação do silêncio no prédio acalmava sua mente instintivamente alguns momentos. Ou talvez o tempo todo quando inerte ele e o mundo...

Não obstante, sempre uma alegria frívola inesperada tomava todo seu coração novamente", devo está louco! Logo a aflição virava um sonho doce. Sempre uma princesa aparecia, sempre aparecia já nos detalhes... Alfredo via no rosto angelical de Marina um jardim de primavera com flores de todas as cores. Um gozo delicioso na alma! Era o motivo de desejar a paz tão esperada e realmente apagar!

Cláudio Maia

II

O ELO FENOMENAL

Ultimamente o jovem Alfredo se comportava mentalmente inquieto. Tudo era motivo para exageros; menos os comentários da funcionária do bar & restaurante do dezenove. E, apesar daquela ressaca miúda não parecia lamentar-se de ter recusado a tal cortesia dela nenhum momento. Aliás, só se fosse por um sentimento medíocre de querer continuar bêbado, ou seja, desculpas por causa da indagação falível de Luciana. E ele insistia em sussurrar tal nome de forma patética — no entanto, Marina não comparecia nas janelas do segundo andar para recebê-lo, assim ainda delirava. Com isso empatava a passagem na referida escada caracol, que dava acesso do primeiro para o segundo andar do prédio. E não demorou uma mocinha tentar descer; pois, irritadíssima tentou passar por Alfredo meio cantarolando; e ela o repreendeu, de banda... Era Juliana de Morais a mulher do velho Sergipe* - que falaremos dele umbilicalmente na narrativa, já que nas ideias vem primeiro a ordem natural das coisas: frescor e vivacidade! Ah Sim!... Ela aparentava lá seus dezesseis anos, porém, bem composta como uma senhora do Centro. E assim como eu, se alguém demorasse os olhos nela via, logo se apaixonava rapidamente. Pois, a dama não chamava a atenção por sua simples formosura de adolescente tão comum nas outras de sua idade. E sim pelo que não se via escondido nos gestos rústicos que fazia, onde as suas roupas compridas colaborava para nossa fantasia! Pois, a mocinha usava uma camisa de manga longa amarrada nos pulsos; saia reteté de igreja e tornozelos cobertos por sandálias fechadas. Sim, no rosto aparentava seus dezesseis, já disse, mas no corpo nem todas as mulheres veteranas de academia da Barra* se ousaria nem de longe!... Mas Alfredo bêbado só tinha olhos para o quarto da prostituta. E isso fez a crente olhar Alfredo com certa veemência, não com escárnio para ele! Juliana apesar de ser evangélica, crente Pentecostal de fogo coabitava com o tal senhor sergipano antes por necessidade, hoje normalmente. Aliás, Eles já viviam alguns anos já amancebados ainda quando sua mãe era viva, coisa que não nos interessa... E como não damos moral em descrever as fases de pedofilia, eu mantenho a minha palavra: falaríamos dele umbilicalmente nestas páginas com insuportável tédio... Aliás, não precisa nem fazer contas, para saber que o velho Sergipe já abolinava essa mocinha ainda menina! Mas uma coisa me faz continuar: era notório e quase impossível desperceber o encanto apaixonante dela, quando sorria disfarçadamente para aquele cachaceiro Alfredo escornado na escada espiral ainda!

Ah que chato!...

Alfredo continuava resignando; e Juliana o repreendia. Ela pedia providência divina para aquela maldição. Mas, Alfredo não destravava os olhos da porta do quarto de Marina. Como não havia muita privacidade, às vezes, ouviam-se os murmúrios de atos libidinosos dentro dos quartos ocupados, que depois silenciava numa suposta satisfação sexual dos amantes. Então, foi nesse momento que Alfredo começou a chamar cada vez mais alto demostrando um certo desespero.

- Oh Marina! Oh Marina!...

- Viu Alfredo que eu tenho razão! Até mais tarde... Respondeu Luciana lá do térreo. E houve um elo fenomenal nas cabecinhas daqueles que ainda estavam acordados no dezenove!

E alguém lá de dentro da alcova da prostituta demostrou logo preocupação com certa insistência otária do rapaz. Juliana não desceu, continuava ali na escada espiral; e, irritadíssima com tudo isso e cheio odiozinho repreendeu todos agora em línguas estranhas alevantando bíblia para o alto! Ela alegava que um dia àquela perturbação espiritual iria acabar e tal e tal... Alfredo olhando-a fixamente comparou-a a Luciana que era a tal funcionária, macumbeira. Na contrapartida disso, Alfredo sentiu um alívio inesperado somente quando a luz vermelha do quarto da bacante apagou-se...

E se concentrou numa outra perspectiva procurando ficar atento querendo saber do porvir de um nada...

- Eu sou nada Alfredo, hein? Responde? Indagou a crente.

- Confusão Marina. Tenho que ir, pode melar.

- Esquenta não. Está num cabaré do baixo meretrício. Conheço Alfredo desde criança, lunático na infância, cachaceiro hoje. Quando está sóbrio nem se lembra de nada... Aliás, quando tem dinheiro passa direto!

Com a cabeça tesa na porta do quarto de Marina tal esforço lhe deixara tonto. Alfredo queria perscrutar àquele diálogo que soava no corredor do segundo andar. Juliana desistiu da pregação reteté, ficara olhando-o também; e na cabeça do velho, lá no térreo, prontamente veio um ciúme natural:

- Juliana. Oh amor desça...

Então, Alfredo depois de muito tempo notou que o bar & restaurante estava encerrando às suas atividades. Relembrou do " até mais tarde da macumbeira". Instintivamente comparou os olhos de Juliana, que já pregados no dele somente lagrimava! Ela trazia dentro da bíblia uma poesia mundana... Alfredo comparou o rosto de Juliana com de Marina nos seus sonhos. Embebeceu... Por fim, as fechaduras grandes bateram lá no térreo. Alguém tinha passado o ferrolho no portão principal, pensou. Era o velho sergipano que tinha descerrado a bandeira do cortiço - código dado a um tempo para descanso.

O velho sergipe chamava-se Sr. Antônio, seu sabido para os íntimos. Era uma espécie de síndico e administrador do cortiço. Como ele pouco conhecia o novo inquilino logo chamou sua mulher que não parava de orar. Suspeitava dela ali já que o bebum era jovem e bonito. No segundo grito Juliana atendeu prontamente seu Antônio. E foi assim que o segundo andar ficou parcialmente sossegado...

- Deixe o rapaz em paz mulher... Ele não faz mal nem as moscas... Concluiu com um arzinho hipócrita dos impotentes.

- Se tudo fosse isso Antônio. Tá surdo!... não tava ouvindo a pouca vergonha não, é?...

- Esqueceu que isso aqui é nosso ganha pão Juliana, oxente!

- Tudo tem seu limite, né?

- Pra mim não hehehe...

E foi assim que o segundo andar ficou parcialmente sossegado...

claudio maia
Enviado por claudio maia em 29/08/2019
Reeditado em 09/04/2023
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